Nos últimos dias em Angola, têm abundado as fake news, que geralmente têm como único objectivo agitar a paz social. Fala-se duma suspensão do advogado David Mendes, mas em off, não se percebendo o porquê do off, a Ordem dos Advogados vem desmentir. Usa-se um logo falso da TPA para noticiar um não existente envenenamento dum membro do MPLA, cria-se uma narrativa totalmente imaginada do líder do Burkina Faso, e por aí adiante.

Torna-se evidente que algo tem de ser feito sobre o alastramento das fake news. A solução do governo foi avançar com uma proposta de lei. Não discutimos o direito, pois não somos da área. Parece-nos, contudo, que a questão ultrapassa a lei, e exige medidas de comunicação e técnicas acima de quaisquer medidas legais.

Deve ser criada uma agência para denúncia e correção de fake news por meio de uma parceria público-privada. Esta deve ser a estratégia eficiente para combater a desinformação. Combinando os recursos do setor público e privado, a agência teria maior credibilidade e imparcialidade, garantindo um equilíbrio na identificação e correção de notícias falsas, sem vieses políticos ou comerciais.

Além disso, o acesso a tecnologia e especialistas de ambos os setores permitiria uma resposta mais rápida e eficaz à disseminação de desinformação.

A proteção da democracia seria outro benefício, já que as fake news podem influenciar eleições e gerar instabilidade social, sendo fundamental que a população tenha acesso a informações corretas e confiáveis.

A agência também poderia atuar na educação e conscientização digital, ensinando os cidadãos a reconhecerem conteúdos falsos e a desenvolverem um pensamento crítico diante das informações que consomem.

Assim, uma iniciativa conjunta poderia fortalecer a sociedade contra os impactos da desinformação e garantir um ambiente comunicativo mais transparente e responsável.

Em conclusão, a nossa proposta é a criação duma Agência de Verificação das Fake News.