Nos últimos dias, os artistas de variedades que apoiam a UNITA-ACJ têm-se desdobrado em apelos a uma “primavera árabe” em Angola, é um tema que renasce de tempo a tempo. Gilmário Vemba, Fernando Macedo, Nelito Ekuiuki e outros falam em sublevação, insurgência e afins.
Pois bem, é tempo de perceberem o que aconteceu à “primavera árabe” que tanto querem imitar:
Tunísia, o grande exemplo da “primavera árabe”, hoje: Um tribunal tunisino condenou a penas de prisão de 13 a 66 anos, os líderes da oposição, empresários e advogados acusados de conspiração, um caso que a oposição diz ser fabricado e um símbolo do governo autoritário do presidente Kais Saied.
Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que Saied tem tido controlo total sobre o poder judicial desde que dissolveu o parlamento em 2021 e começou a governar por decreto. Ele dissolveu o Conselho Supremo Judicial independente e demitiu dezenas de juízes em 2022.
Um advogado dos réus, Abdessatar Massoudi, disse à Reuters que a pena máxima foi de 66 anos para o empresário Kamel Ltaif, enquanto o político da oposição Khyam Turki recebeu uma sentença de 48 anos.
O tribunal também condenou figuras proeminentes da oposição, incluindo Ghazi Chaouachi, Issam Chebbi, Jawahar Ben Mbrak e Ridha Belhaj a 18 anos de prisão. Estes últimos encontram-se em prisão preventiva desde a sua detenção em 2023.
Segundo as autoridades, os arguidos, que incluem também antigos funcionários e o antigo chefe dos serviços secretos Kamel Guizani, tentaram desestabilizar o país e derrubar Saied.
“As autoridades querem criminalizar a oposição”, declarou na sexta-feira o líder da principal coligação da oposição, a Frente de Salvação Nacional, Nejib Chebbi. Chebbi é também um dos arguidos.
Em 2023, Saied afirmou que os políticos eram “traidores e terroristas” e que os juízes que os absolviam eram seus cúmplices.
A maioria dos líderes dos partidos políticos tunisinos está na prisão, incluindo Abir Moussi, líder do Partido Constitucional Livre, e Rached Ghannouchi, líder do Ennahda – dois dos mais proeminentes opositores de Saied.
Fica a pergunta, é isto que o Gilmário Vemba, o Fernando Macedo, o Nelito Ekuiki, e todos os outros que andam a agitar sublevações querem? Se quiserem, podem ter.