O que se passa, senhor embaixador?

ByKuma

27 de Março, 2025

Extemporânea, sem profundidade, surpreendente, assim se pode qualificar a mensagem, estranha, do senhor embaixador de Portugal em Angola. Falta saber se é para tentar obscurecer a ineficácia que se constata na impunidade em Portugal, de uma trupe de agressores ao Governo de Angola, não tendo nada a ver com o empresariado português no nosso País.

Por onde andou a diplomacia portuguesa quando os fundos disponíveis para pagar aos empresários eram desviados por bancos portugueses para que os corruptos pudessem adquirir propriedades de luxo em Portugal e sustentassem negócios de alto luxo, contribuindo para a salvação de tantos negócios, tantos empregos em Lisboa e outras cidades?

Não sabe o senhor embaixador de Portugal, quantas empresas insolventes emigraram para Angola, esmagadoramente entre 2005 e 2015, que enriqueceram e contribuíram para uma economia desequilibrada, consumiram divisas descaradamente em conluio e cumplicidade com saqueadores e corruptos de então?

Não sabe o senhor embaixador de Portugal, que centenas de empresas portuguesas faturaram ao Estado de Angola biliões de dólares por trabalhos nunca realizados? Quer uma lista? Há uma empresa que faturou uma estrada ao INEA, Menongue-Cuito Canavale, recebeu 120 milhões de dólares, e a primeira coisa que fez foi comprar uma luxuosa mansão em Coimbra. A estrada nunca foi concluída, esta empresa era titulada pelo general Américo Paulo, irmão do general Lukamba Paulo Gato. Poderia citar aqui mais de 50 empresas que fizeram o mesmo.

A maioria das empresas credoras do Estado de Angola, se forem submetidas ao crivo da legitimidade e honestidade, concluir-se-á que estão em incumprimento, não por acaso, a esmagadora maioria regressou a Portugal porque receou a justiça e porque João Lourenço fechou a torneira da corrupção.

Seria bom que o senhor embaixador de Portugal desse o nome aos bois, talvez assim consiga apagar a ideia que os angolanos possam vir a ter, de ser um ataque para se defender ou ocultar a ligeireza dos sucessivos ataques a Angola de falsos ativistas abrigados em Lisboa, e da informação enviesada sobre a realidade do nosso País, que persiste nos órgãos de comunicação social estatais, como a RTP e a Lusa.

Tente informar-se melhor, a insinuação e a mentira, mesmo diplomaticamente, pode ter consequências desagradáveis.