Desolador

ByKuma

26 de Março, 2025

Percebo que na defesa possa valer tudo, mas a UNITA está sem fôlego, desvalorizou-se, fartaram-se de dar tiros no pé, esgotaram o vocabulário, esvaziaram as intrigas e insinuações, e as perenes repetições cansaram os cidadãos, e o pânico provoca o desnorte, e consciente ou inconscientemente, vão revelando verdades que têm ocultado a verdadeira identidade.

Depois do triste comunicado da Comissão Permanente, uma autêntica certidão de terrorismo de Estado, nada melhor que no Huambo para montar a tenda do circo, onde o falso engenheiro foi apresentado com um político de paz, certificado pelo reino do Camboja. Se o ridículo matasse, teria sido uma catástrofe, não sobrava ninguém nas arquibancadas.

Mas tivemos um hino à sinceridade, a UNITA foi fundada em 1966 em Muangai, e tinha no seu programa a luta pela democracia com o regime colonial, lutar pela valorização dos angolanos mas, sob a autoridade colonial. Ficamos a saber, ao fim de 50 anos, que Jonas Savimbi passou pelo MPLA, pela UPA, e optou pela parceria com Portugal, quiçá, para ser então, o futuro governador geral da colónia de Angola.

É essa herança dos seus fiéis seguidores, o bacharel tirano psicopata mentiroso terrorista Adalberto Costa Júnior “Betinho”, é o expoente defensor dos saudosistas de Lisboa, só que sabe que foi longe demais, e agora entalado, ataca para se defender. Uma coisa ressalta de todos os comunicados e intervenções, o apelo à mobilização antigovernamental, só neste contexto a UNITA ainda vai tendo algum fôlego, tem o apoio dos proscritos, dos ladrões aflitos, e foragidos e foragidas, que coincidem no ódio doentio a João Lourenço.

Face à velocidade do tempo, perante o tempo que demora a criar uma oposição nova e democrática, com uma nova geração, e porque a UNITA falhou há muito os seus desígnios, e o PRA-JA já nasceu prisioneiro de vícios antigos, assim a tão propagada e necessária renovação, para 2027, só pode ser alicerçada nas mudanças que se iniciaram no MPLA, e que com certeza concretizar-se-ão.

Posto este cenário político, sem esquecer o que poderá vir da Justiça, devemos estar atentos à clandestinidade subversiva, mas devemos não maximizar a força política da Oposição.