Na Suíça, finalmente, foi condenado de forma clara um grupo de corruptos, activos e passivos ligados a Angola, envolvendo a Trafigura (onde Dino pontificava na época dos factos) e a Sonangol (onde Manuel Vicente comandava). A pergunta que se coloca é se o senhor PGR vai fingir que nada disto tem a ver com a Angola? Será que ele acha que a Trafigura e a Sonangol condenadas na Suíça estão ligadas a Angola, uma cidade do estado do Indiana nos Estados Unidos e não à República de Angola? Só essa confusão de Angolas poderá justificar o silêncio do PGR…
Em Portugal, com aquele ritmo a que a justiça portuguesa habituou o mundo, o ritmo do caracol cansado, Álvaro Sobrinho está prestes a ir a julgamento por defraudar o BESA em biliões. O BESA é um banco angolano, não é um banco português. O principal prejudicado pelas aventuras de Sobrinho no BESA não foi Portugal, mas o tesouro angolano. A mesma pergunta tem de ser colocada, a PGR angolana vai fingir que o caso BESA é português, que nada tem a ver com Angola?
Ficam as questões.
Para o ano, o PGR cumpre 70 anos em 19 de Março. Falta um ano para se afastar. Mais valia sair agora e proceder-se à sua substituição enquanto é tempo.