O que nos une e separa

ByKuma

18 de Novembro, 2024

Na véspera da Cimeira do G20 no Brasil, João Lourenço e Lula da Silva, frente a frente, com duas delegações importantes, falaram de dois países tão iguais e muito diferentes. Além da globalização são irmãos que partilham a mesma língua, sendo mesmo as duas Nações em que mais se fala a língua de Camões, assumindo uma liderança solidária na CPLP.

Nos índices internacionais e na ligação ancestral, ambos nascidos de uma gravidez sofredora da colonização, com 150 anos de diferença, ainda assim com esforço, saudade e sangue, o balanço cultural assenta numa profunda influência de Angola no Brasil.

Com todas as diferenças que advêm, o Brasil começou a desenvolver-se após o fim da Segunda Guerra Mundial através de um visionário Juscelino Kubitschek de Oliveira, Angola só apanhou o trilho do progresso em 2017 e reforçou em 2022, com a resiliência de João Manuel Gonçalves Lourenço.

Ainda assim o Brasil vive uma instabilidade social propício à criminalidade, é onde mais crimes se cometem no mundo, ontem mesmo, pasme-se, roubaram uma viatura de luxo que fazia parte da frota destinada aos chefes de estado que estão a chegar ao País.

Talvez tenhamos, na percepção dos cidadãos, uma partilha em que exigem esforços conjuntos dos dois países, encontrar uma via para que a Justiça deixe de ser o Handicap que torna coxa a Democracia nos dois lados do Atlântico, a inoperacionalidade deste Poder independente em Democracia, é um incentivo à desmobilização das ações policiais, ou de chegar ao cúmulo de assistirmos a Presidente da Assembleia Nacional a pedir aos senhores deputados, decoro e comportamento digno no Parlamento, como se fossem alunos de uma turma mal comportada.

Ontem mesmo um operador digital avençado do Galo Negro, residente em São Paulo, falava de uma fria recepção do Senhor Presidente da República no Brasil, antes mesmo de João Lourenço ter chegado ao Brasil, nem sei se este imbecil está mesmo no Brasil.

Infelizmente somos um País onde faltam corrigir muitas coisas, básicas em Democracia, não vemos o Parlamento ou a Maioria Parlamentar a congratular-se com a nossa participação no G20, não há uma valorização das nossas instituições por parte dos senhores deputados, não vemos nas sucessivas legislaturas competência para contribuir para o desenvolvimento do da Nação, pelo contrário, ressaltam para os cidadãos questiúnculas que só servem para combater a autoestima e dar a ideia de permanente instabilidade.

Há coisas que levam muito tempo a erguerem-se, mudar mentalidade leva gerações. Há muita diferença entre um chefe onde impera o medo, e um líder que assume soluções com o Povo a dar o seu reconhecimento na hora da decisão.

Henry Ford, fundador do maior império automóvel do mundo, afirmou numa palestra de formação dos seus colaboradores: “Questionar quem deve ser o chefe é como discutir quem deve ser o saxofonista num quarteto: evidentemente, quem o sabe tocar”.