Espantoso e demonstrativo como se despedaçam em escombros os castelos voláteis da demagogia, da mentira, dos tiranos travestidos de deuses salvadores a caminho do abismo. Agem em pelotão, confessam-se em coro, escolhem lugares que os possam tirar da indigência e vulgaridade.
Ontem tivemos um dia cheio de Angola a Portugal, a UNITA reparte-se pela indecisão Pátria, almoça em Luanda e janta em Lisboa. Começamos com Nafoia no Parlamento a bater no muro da democracia por cumprimento de uma regra elementar institucional, o Partido maioritário, o MPLA, ter mais elementos na CNE do que a UNITA que perdeu as eleições. Nada de novo, já nem sequer é cansativo de ter-se tornado rotina, mas foi sinal de que seriam os primeiros pingos de uma jornada de muita chuva.
Na luta desenfreada entre o bacharel tirano mentiroso psicopata ACJ “Bétinho” e Abel “Oportunista” Chivukuvuku, veio a terreiro a terrorista Paula Roque marcar o ponto e dizer que quem financia também tem de ter voz. Esta imbecil que não sabe o que é democracia, que os mecanismos dela não são iguais em todo lado, mas sim os seus fins, e ele mesma desfruta da liberdade democrática angolana para dizer tantos disparates.
Mas ao fim do dia surgiu como uma bomba para muitos observadores a informação posta a veicular internamente pela UNITA, o Galo Negro fecha a porta a Abel Chivukuvuku e insinua-o traidor e vendido a João Lourenço.
A luta de grupos na UNITA está a atingir o ponto de implosão, e logo a seguir ao Congresso do MPLA, na perspectiva do Congresso electivo da UNITA, lá para Janeiro ou Fevereiro, vão surgir novos protagonistas, alguns regressos que estão na penumbra, e a meu ver vamos ter dois pontas de lança na contenda, directa ou indirectamente, Isaías Samakuva e Eugénio Manuvakola.
Conhecendo eu, como conheço, o Galo Negro, teremos Manuvakola a defender a ala dura, tirana, belicista, partilhada com Lukamba “Miau” Gato, e Samakuva uma UNITA mais aberta, civilizada e urbana onde pode despontar o mais democrata e mais capaz dos dirigentes kwatchas, Alcides Sakala.
Eles são todos família, que se entendam, mas bem podiam poupar Angola e os angolanos deste triste e desprestigiante espectáculo. A UNITA é um conto tribal dos Bantus, todos se beijam e fingem amizades e fidelidades à volta da fogueira, mas na escuridão do caminho apunhalam-se uns aos outros.