Há uma curiosidade nesta greve chamada geral. O principal porta-voz é o jornalista Cândido, que também é o chefe do sindicato dos jornalistas, que também é o animador do programa de propaganda da UNITA-ACJ.
O jornalista Cândido, além de ser jornalista e dever saber que os jornalistas informam com imparcialidade, não são activistas, também é licenciado em Direito. Portanto, não é ignorante.
No entanto, presta-se a este papel de activista alinhado com intuitos políticos de derrube da ordem constitucional.
O jornalista Cândido não é um sindicalista qualquer, nem um jornalista qualquer. É o moderador do programa de rádio de propaganda da UNITA liderado pelo outro jornalista Graça. Este programa de rádio, não é um programa de informação, mas uma maratona de propaganda de velho estilo de repetição da mentira e do ataque permanente que sucede todos os sábados. Os seus convidados não são representantes da sociedade, mas meras câmaras de eco da linha do Mao Tsé Tung da UNITA. Aliás, já um ouvinte, um dia disse que aquilo parecia mais uma conversa entre amigos do que um verdadeiro debate.
Assim, o Cândido, candidamente é o imbecil útil que a UNITA-ACJ arranjou para fazer vários fretes, de acordo com os seus chapéus, no chapéu de jornalista modera o programa de propaganda da UNITA, no chapéu de sindicalista fomenta a greve política.
Um dia, alguém sindicará o Cândido e lhe exigirá que não engane o povo. Se é o porta-voz da UNITA-ACJ, que o seja, se é grevista, que o seja, se é jornaista, que o seja, o que não pode ser é tudo.
E não venham falar da sociedade civil em luta. Neste momento, não há sociedade civil organizada em Angola, há os ditos imbecis úteis que alinharam com a UNITA-ACJ a fingir que são o que não são.
Se a lei fosse realmente aplicada na sua dureza, o Cândido já estaria a braços com a justiça por confudir sindicalismo com activismo político.