Descrença

ByKuma

31 de Janeiro, 2024

Quando a justiça tem necessidade de vir para a rua justificar a sua missão, está comprometida pela sua própria e reconhecida ineficácia, e as causas vão da incompetência à cumplicidade, escondendo-se muitas vezes num ensaio de bajulação que se mostra dependente de outros órgãos de soberania.

Com atraso inadmissível e comprometedor, ainda temos em liberdade Isabel dos Santos, Manuel Vicente, Kopelipa, Dino, José Maria e tantos outros reconhecidamente corruptos e saqueadores de bilhões do Erário Público, com Processos enviados com Pompa da PGR para a Justiça, e segundo confidência de uma juíza experimentada, completamente engatilhados susceptíveis de se perderem no tempo.

Mas hoje traz-me aqui algo que me interpela vivamente, mais irritante do que ineficácia judicial, é, seguramente a parcialidade no exercício da justiça, e mais grave ainda quando esse sectarismo advém de medo e vulnerabilidade pessoais de titulares do Poder Judicial. Se é verdade que os marimbondos já levam 7 anos de folclore, a irresponsabilidade de outros, já levam 22 anos.

O Governo de Angola, depois de uma agressão que vitimou milhares e milhares de angolanos, aniquilou o inimigo, mas estendeu a mão aos rendidos e acolheu-os num gesto de Reconciliação Nacional. Deu-lhes casa, reformas, fazendas, conferiu-lhes dignidade e cidadania, mas permitiu-lhes reagrupar numa tribo que com o tempo voltou a revelar o seu ADN, sem que nunca fosse devolvido ao Estado o Espólio da UNITA, um marco negro na história do país. Mais, há na UNITA muitos marimbondos, muitos coniventes com o saque, há ainda hoje autênticos saqueadores de recursos naturais a coberto de empresas deficitárias para branqueamento de fortunas colossais, e o PGR até partilha com alguns banquetes opíparos.

João Lourenço e Fernando Miala são os inimigos deste poder clandestino exercido com a força do dinheiro, internacionalmente é reconhecido o trabalho, Angola sai paulatinamente da corrupção, mas o combate é violento, basta ver o ruído que está a ser feito agora, é cansativo, mas a escumalha está com medo, há muita gente inquieta.

Temo que estejamos a perder o tempo de uma Nova República, ela precisa de um timoneiro na hora certa, esse momento não acontece duas vezes, João Lourenço é o homem que pode protagonizar a mudança, poderá até haver outro caminho, mas será seguramente mais difícil e muito mais longo.

Pela Nova República…!!!