Um hino ao Cinismo

ByKuma

10 de Julho, 2023

Generais, doutores, engenheiros, especialistas, eis a cátedra de uma mentira que nem sequer advém do glorioso tempo revolucionário da luta de Libertação Nacional.

Quem era Quem?

A certidão de nascimento da UNITA, elaborada na escola primária do Umpulo, assenta num Acordo entre a Congregação das Missões Cristãs e a OPVDCA (Organização Provincial dos Voluntários da Defesa Civil de Angola) coordenada pela PIDE/DGS, representada pelo comissário Cardoso.

O objectivo era garantir, conjuntamente com as tropas catanguesas de Moisés Tshombé, o corredor do CFB no Leste de Angola.

A liderança era alternada, inicialmente seria um católico, Joaquim Ferreira Lambo (O príncipe negro), natural de Chirimba, povoação de Catanda, município do Ukuma, que viria a falecer em circunstâncias estranhas, tendo tido um funeral de Estado, com a presença do governador do Huambo, tenente coronel Nascimento Vieira, do bispo da diocese de Nova Lisboa, D. Daniel Gomes Junqueira, e uma guarnição militar do Regimento de Infantaria 21, que protagonizou a salva de 21 tiros. A sepultura está imortalizada em mármore no cemitério do Ukuma.

É de seguida que aparece Jonas Savimbi, que a 25 de Dezembro de 1966, no Luau (Teixeira de Sousa), num ataque suicida leva muitas centenas de aldeãos à morte e mostra sinais de rebeldia assumindo-se maoista e terem sido capturados conselheiros chineses.

Sejamos claros, a UNITA em 1974 tinha uma linha política com força militar reduzida, amadora, onde sobressaiam Samuel Chiwale, Miguél N’Zau Puna, Jeremias Cússya, e tinha na diplomacia Jorge Samgumba e Armando Chilala. 

É no período que antecede Alvor que a UNITA começa a organizar-se, surgem então Jorge Valentim, Wilson dos Santos, Tito Tchingunji, e Jaka Jamba que viria de Lisboa onde leccionava em Oeiras. Surge também Jerónimo Wanga, professor universitário em Libreville, e Jeremias Kalundula Chitunda, que chegava dos EUA.

Só em 1975, na vila do Kwanza, nasce a verdadeira FALA, foi com a adesão de militares das Forças Armadas Portuguesas, quadros feitos na EAMA (Escola de Aplicação MIlitar de Angola) no Huambo, que depois do Acordo do Umpulo começou a aceitar oficiais e sargentos nascidos em Angola, ainda assim com muitos sectores vedados, como operadores criptos e acesso à 2ª secção (Inteligência Militar). 

Foram sobretudo os oficiais Waldemar Chindondo e Sachiambo, ex-oficiais de Cavalaria no Cuito (Silva Porto), e sargentos (furriéis) como Tchindande, Chinligutila, Numa, Martinho Epalanga,Muzuri, e de jovens da Mocidade Portuguesa como Alcides Sakala, Lukamba Gato, Abel Chivukuvuku.

Quando do Acordo do Alvor, para interpretação e ratificação, a UNITA teve de contratar um advogado em Luanda, Fernandes Vieira, porque não tinha quem pudesse avaliar.

É como um Hino ao Cinismo, sem vergonha, que escutamos militares sem capacidade intelectual nem experiência como Kamalata Numa, virem a público propor partilha dos Serviços de Inteligência, só mesmo por maldade ou insanidade mental podem ser ditos tamanhos disparates.

Mas o mais surpreendente é o psicopata ACJ “Bétinho”, tão solícito no oportunismo, permitir que um capataz e seus auxiliares venham propor partilha de algo que tanto combatem e imputam de ilegal. 

Aconselho o Governo, dada a necessidade de termos uma Oposição credível, que proporcione a aquisição de Consoles Playstation para estes meninos se entreterem a brincar e não atrapalharem a tarefa de governar com responsabilidade. A SOVILANDIA agradece…!!!