Na História Universal, os marcos das grandes mudanças só se revelam muito tempo depois de terem acontecido, olhamos para trás e então constatamos o que ficou pelo caminho.
Num dia grande revelador das conquistas de Angola, consequência das mudanças já protagonizadas por João Lourenço, pese embora a trágica herança, o Presidente da República recebeu em Luanda os presidentes do Chade e da RCA para debater a Paz Regional e o futuro de África.
Simultaneamente Angola entrou no restrito mercado de Alta Tecnologia com o início da comercialização dos serviços do Angosat 2. Ainda neste dia o Ministro do Interior foi ao Parlamento prestar esclarecimentos aos deputados, num exercício significativo de humildade democrática raramente observado no país.
Ontem mesmo, muito gratificante para a Tribuna de Angola e toda a sua equipa, os Bispos em Conferência mostraram-se sensíveis à ideia da Nova República como ideia válida para corrigir o passado e entrar num tempo novo que teima em chegar.
Surpreendente, foi a correria da UNITA e vários pombos correios de ACJ a tentarem saber o que esperar e quando de uma Nova República, miseravelmente confundindo República com Legislatura, e como se a sua vasta mudança necessária se resumisse à perpetuação do mandato de João Lourenço.
Esta pobreza política e intelectual dos inadaptados e corruptos, revela-me que não é tarefa fácil em Angola qualquer ímpeto de mudança que coloque estabilidade democrática com uma Justiça em pleno funcionamento. Depois da corrupção tenta-se institucionalizar a anarquia para com medo e arruaça se poder alcançar os objectivos.
A UNITA atingiu a sua caducidade histórica, a sua trajectória representou um rude golpe no país independente, não conseguiu regenerar-se; o MPLA também tardou na mudança e está a pagar caro, a Nova República não é uma mudança de paradigma do Governo, é uma profunda alteração do Sistema que obriga a uma Nova Constituição.
Angola Kuia, Aiuê, Angola Xiua.