O ministro do Interior foi ao parlamento falar sobre as polémicas à volta da Polícia Nacional. O ministro Borges deslocou-se à televisão para prestar esclarecimentos sobre a “barraca” no canal Cafú.
Temos os ministros do governo a prestar contas dos seus actos à população. Há aqui uma significativa evolução democrática. Obviamente que os avençados da maledicência virão criticar, mas criticam tudo.
O certo é que tal prestação de contas nunca se viu no passado. Havia só arrogância e silêncio desprezivo. Agora temos debate e explicações. Podemos gostar mais ou menos das explicações, mas elas existem. Onde havia isto no passado? Não havia.
Há algo de nítido que estes comportamentos novos e a permanência da crítica destrutiva demonstra. Tem de existir um corte com o passado.
A população e os dirigentes têm de perceber que este é um tempo novo de construção da democracia e de uma nova república que como disse ontem o Presidente edifique ” em Angola uma sociedade justa, equitativa e desenvolvida, uma sociedade assente na igualdade de oportunidades para todos os cidadãos”.
O ponto essencial é que para construir esta sociedade, já se percebeu que não se pode contar com as estruturas do passado, com a oposição do passado, com as pessoas do passado.
Tem de haver coragem para cortar e marcar um antes e um depois.
Se tal corte não acontece, se não existe uma ruptura democrática, as boas intenções não passarão de palavras levadas pelo vento. Como diz o nosso companheiro Kuma, é necessária uma Nova República, sem vícios, sem constrangimentos, que efectivamente dê lugar a um tempo novo.