O grupo parlamentar da UNITA emitiu um longo comunicado exaltado, a reboque de alguns acontecimentos recentes, como a posição insustentável do presidente do Tribunal Supremo ou a rápida degradação do canal de Cafú. Estes foram alguns dos temas que a UNITA usou para se fingir preocupada e fazer o barulho do costume.
Há dois problemas a considerar.
A UNITA não é parte da solução, mas parte do problema. Hoje “chora” pela degradação das instituições, mas é ela a primeira a desrespeitar as instituições, a atacar sistematicamente todos os órgãos de soberania, desde o Presidente da República aos Tribunais. A UNITA não tem uma postura de Estado, mas de vendilhão de rua, por isso, o que eles dizem não passa de puro oportunismo político.
Isto não quer dizer que não haja problemas sérios na estrutura do Estado que seja fundamental resolver. Já se percebeu que a actual situação impede o progresso, as estruturas estão apodrecidas, demasiado comprometidas com o passado. Por cada avanço que o PR realiza, como a fantástica viagem dos Reis de Espanha a Angola, há recuos protagonizados pelas estruturas de poder que sabotam o PR quotidianamente.
Por cada boa intenção, há uma má acção.
Este quadro tem de ser mudado, e não é com a UNITA que faz parte do mesmo retrocesso, é com a adopção de novas estruturas, novo pessoal, e como temos repetido, uma Nova República, com uma nova Constituição.
Há que dizer basta a este constante boicote surdo, à sabotagem discreta, ao encolher de ombros cínico. Tem de ser dado o salto em frente e criar uma nova Angola tão desejada desde a indepedência.