Angola está mais democrática, tem mais liberdade e percorre um caminho difícil de reforma do Estado, da economia e da justiça.
Quem ouvir a propaganda divulgada pelos porta-vozes do antigamente, seja a UNITA reconvertida santista, os activistas avençados, a imprensa portuguesa comprada ou os imbecis úteis que aparecem nestas alturas, ficará espantado com a recente publicação do Índice Ibrahim Mo de Governação Africana (IIAG) 2022. Angola subiu para o 40.º lugar do Índice, mostrando sinais de progresso crescente, de acordo com um relatório hoje publicado. O país africano continua a evoluir positivamente nas quatro categorias: “Segurança e Estado de direito”, “Participação, direitos e inclusão”, “Bases para as oportunidades económicas” e “Desenvolvimento humano”. A substituição do presidente José Eduardo dos Santos, que esteve no poder 39 anos, por João Lourenço contribuiu significativamente para uma melhoria em termos de transparência e responsabilização, refere o índice elaborado pela Fundação Mo Ibrahim.
A verdade é esta mesmo. O país está a evoluir. Por isso, se ouvem mais críticas a João Lourenço, como nunca foi admissível no tempo de Dos Santos, por isso, há mais greves, por isso, há mais discussão política. Tudo isto é sinónimo de abertura democrática, de implantação paulatina do Estado de Direito.
No entanto, não se confunda mais liberdade e abertura com anarquia ou subversão. O maior espaço de liberdade implica uma mais rigorosa aplicação da lei, para estabelecer limites que evitem a desagregação do Estado e a ocupação do terreno por forças obscuras.
É este o apelo que deixamos às autoridades, mais liberdade só é possível com mais lei. Com punição efectiva dos criminosos e de todos aqueles que aproveitam a tolerância para serem intolerantes.
Não podemos deixar cair o país na anarquia, nem permitir que líderes da oposição ou palhaços de circo coloquem em causa as instituições.