Parecemos estar todos, ou quase todos, a cair no engodo elaborado pela equipa de juristas estabelecida por Isabel dos Santos, lança-se a dúvida para insinuar irregularidades processuais e perseguições políticas, porque pela inoperância gritante da PGR que em tanto tempo não foi além da acusação óbvia.
A Extradição é uma consequência, nem sequer é o mais importante, a acusação assente em fraudes e quantificada em números, deveriam estar já qualificados como crimes públicos, não só para lhe dar estatuto de criminosa foragida, mas também, como exemplo para outros corruptos que, imagine-se, estão agrupados em facção política, comprando visibilidade pública com o fruto do saque e do roubo.
Não faz muito tempo Isabel dos Santos e Tchizé dos Santos, sobrevoavam oásis como nuvens passageiras, lá do alto debocharam tudo e todos, e bastou a expectativa de mudança de uma peça do xadrez, o PGR, e o pânico instalou-se e até a Oposição liderada pela UNITA de ACJ, anda atordoada sem perspetiva do amanhã.
Isabel dos Santos tem de acantonar-se no Dubai, em Londres, onde a Extradição sendo possível pode demorar anos, mas mesmo em Baku ou algures em Portugal já não escapa da ira popular, num avião, nas compras, vai viver uma realidade que a vai fazer vacilar entre a arrogância e o enfrentamento da Justiça.
A vasta contrainformação lançando anátemas a toda a Justiça angolana, fabricada nos escritórios de advogados em Lisboa e Porto, assentes em cumplicidades dos avençados Rafael Marques e Rosado de Carvalho, já não atingem os objetivos, o silêncio e obra do Presidente da República João Manuel Gonçalves Lourenço, devora todos os devaneios que lhe queiram lançar.
Foram as sondagens derrotadas inapelavelmente, foi o funeral de Estado de José Eduardo dos Santos, foi a Lei de Amnistia, foi o mapa autárquico, e agora surge a destempo a evocação do Terceiro Mandato.
Para quê?
Para esconder o funcionamento do CFB?
O alargamento da frota da TAAG?
O novo Aeroporto de Luanda?
A recuperação económica?
Os índices de desenvolvimento a disparar em crescimento?
O desfilar na Cidade Alta de governantes de todo mundo em busca de Angola?
As viagens constantes do Presidente da República a Fóruns Internacionais e conversações bilaterais com homólogos de todo mundo?
Um país não se governa com casos mediáticos, administra-se com uma realidade que exige competência e entrega cuja exigência vai muito além do que a mesquinharia política instalada no ruído de ACJ ou desafios de Isabel dos Santos, Manuel Vicente, Dino Nascimento ou Hélder Kopelipa.