E se fosse a TPA notícias a entrevistar um alegado jornalista da Rádio Despertar, por exemplo, – que falasse mal da UNITA e do seu presidente e que dissesse que na Rádio Despertar não é permitido fazer notícias contra a UNITA (quando todo o mundo sabe que isso é verdade) – sem buscar o contraditório da direcção da Rádio Despertar, todos hoje estariam a dizer que é mais um infiltrado na UNITA (se calhar do SINSE) ou que foi pago pelo MPLA para falar mal da UNITA, certo?

“Estranhamente” (as aspas são propositadas) é a SIC NOTÍCIAS. Não é a TPA (uma “televisão amadora”!). É a SIC NOTÍCIAS (de Portugal, profissional) que entrevista um alegado jornalista da TPA, que diz que se demitiu porque lhe foi imposto não escrever nada contra João Lourenço. É a SIC NOTÍCIAS – que não trabalha com “encomendas políticas” -, que até tem convénio de troca de conteúdos com a Televisão Pública de Angola, cujo estreitamento das relações facilitaria chegar à verdade sobre este assunto! Os portugueses!

De acordo com o que investiguei, o jovem nem sequer ainda tinha contrato com a TPA (que estava em vias de acontecer). Nunca foi jornalista, de facto, da TPA. Estava em regime de estágio e terá ficado com ciúmes pelo facto de os primeiros resultados provisórios das eleições terem sido apresentados pelo rosto da TPA (Ernesto Bartolomeu), num espaço especial em que eu participei como Comentador-TPA. Eu estive lá.

As minhas investigações apontam que o jovem saiu da ZAP (de Isabel dos Santos) para a TPA, quando se recuperou activos do Estado, uma vez que o Executivo não pretendia/pretende despedir ninguém que foi trabalhador dos órgãos de comunicação social que foram criados com fundos públicos.

Depois do anúncio dos primeiros resultados provisórios das eleições, o jovem mandou uma mensagem pelo WhatsApp ao editor do jornal das 0h a demitir-se (por telefone) porque achou que devia ter sido ele a fazer o papel do Ernesto Bartolomeu.

De forma caricata (aqui é preciso uma análise profunda sobre a sua trajectória, comportamento e essa “mentira compulsiva”), aparece nas redes sociais a alegar que foi obrigado a falar mal da UNITA e de Adalberto Costa Junior (alguma ligação com Isabel dos Santos/ZAP?)! Coincidência com os financiadores de ACJ?

Outra curiosidade: rapidamente, aparece na SIC NOTÍCIAS a falar mal da TPA e do Estado angolano e referindo-se sobre os resultados definitivos das eleições gerais 2022 SEM O CONTRADITÓRIO da direcção da TPA.

Mas um estagiário explica resultados das eleições? Será que em Portugal isso era possível?

E mais: diz que corre risco de vida por ter assumido esta posição e por dominar segredos da TPA.

Um estagiário conhece “segredos da TPA”?

Que jornalismo esse jovem já fez para dizer que o que sabe representa perigo para a sua vida? Isso é sério?

Domina algum segredo do Estado angolano?

Foi dos Serviços Secretos? Domina segredos do Estado?

Já denunciou alguma alta figura do Estado angolano no seu “jornalismo”?

Está a pedir amnistia internacional por ter sido um estagiário que se demitiu da TPA (pelo WhatsApp)? Mas que comédia é essa que está a acontecer neste país?

Se esse jovem, que nunca fez jornalismo de investigação, nunca denunciou altas figuras do Estado corre “perigo de vida”, nós, que já denunciámos, por exemplo, o Vice-Procurador-geral da República (que até nos levou a tribunal e fomos condenados a 3 anos de prisão efectiva), o Vice-Presidente da República, o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, o ministro do MAT, o Inspector-geral Adjunto da IGAE, a ministra das Finanças, o ex-Chefe da Casa Militar do Presidente da República e outros altos responsáveis do Estado, JÁ ESTAMOS MORTOS e não sabemos?

Será que estamos a escrever a partir do céu ou do inferno?

Haja paciência para tanta mentira compulsiva e um imediatismo estúpido e extremo dessa juventude de hoje que tudo faz, de forma irresponsável, para manchar o nome de Angola lá fora.

Das duas uma: ou esse jovem está claramente doente. Precisa de ajuda psicológica e psiquiátrica ou é mais um mercenário muito bem pago para fazer o papel que está a fazer e os que só seguem o vento nas redes sociais não questionam (para não variar).

Hoje qualquer oportunista/maluco pode ficar famoso do dia para a noite desde que apareça a falar mal das instituições do Estado angolano. Chegámos a esse nível de promiscuidade barata e com publicidade em órgãos de comunicação social portugueses, como se Angola ainda fosse uma colónia de Portugal e como se esses órgãos de comunicação social não tivessem uma “linha editorial” que servisse os seus interesses financeiros e económicos.

Haja “inocência” nas redes sociais!