Esgotado o discurso, esvaziadas a encenação, rejeição popular, surpreendidos com a mobilização do MPLA, a UNITA entrou em colapso e tenta colmatar o vazio com recurso a estratagemas mobilizadores para desfilar o desespero e a vacuidade.
A pressão é forte, a cobrança vem de várias origens, mas mesmo com fundos para investir as negas são surpreendentes, a ligação à Extrema Direita, ao resíduo do Apartheid, e aos especuladores sem Pátria nem Lei, leva a que a generalidade dos convites, mesmo com cachet elevado, sejam recusados pela identidade subversiva.
O cantor BONGA, de inegável qualidade artística, contratado por Jonas Savimbi a troco de dezenas de milhares de dólares, é agora como mercenário principescamente pago para emprestar a sua música à propaganda da FPU, e realizar dois espectáculos em comícios de ACJ “Bétinho” em Benguela e no Huambo. É um atentado para quem apregoa moralismo e ética na sua senda pseudointelectual, além do ego insaciável pouco sobra da sua honorabilidade pessoal.
Lukamba “Miau” Gato também anda à caça de ícones capazes de mobilizar o Povo, tentou a contratação da vedeta brasileira Martinho da Vila, mas obteve uma resposta que o deixou extasiado; O sambista brasileiro informou que cantaria gratuitamente para o MPLA, mas jamais faria um show para o Galo Negro.
Como muitas vezes tenho escrito, em política não vale tudo, o silêncio dos cidadãos em geral e dos militantes em particular, perante um Partido onde impera o medo dos inquisidores, não significa consentimento, pode ser desprezo e abandono. O protagonismo dos dissidentes Abel “Totozinho” Chivukuvuku, Eugénio Manuvakola, e a colagem de ressabiados do MPLA como Marcolino “Oportunista” Moco e Raúl “Idiota” Dinis, provocaram clivagens que estão a abalar os alicerces do SOVISMO, a luta dos néscios engravatados, parasitas da urbe, intensifica-se perante a previsibilidade da derrota, quem está fora quer entrar, quem está dentro não quer sair, mesmo com a estimativa de elegerem entre 50 e 60 deputados.
A cada dia que passa encurta-se o sonho, na madrugada da realidade desperta o pesadelo, e o sol de um novo tempo põe a nu um Povo em movimento rumo ao futuro, com esperança, com crença, acreditando que João Lourenço é o rosto da mudança, sem sobressaltos, construindo uma nova Angola num mundo que não se compadece com mais incertezas e adiamentos.