R-Evoluções

ByKuma

3 de Março, 2022

A guerra é o resultado dos falhanços e incompatibilidades políticas, entre cedências e imposições há um caminho interrompido, e por razões que a razão desconhece, sem culpados nem inocentes, o jogo da vida e da morte joga-se no tabuleiro dos interesses. Hoje em dia, dependendo do lado em que geograficamente nos encontramos, somos absorvidos por uma toxidade informativa claramente tendenciosa, que alimenta posicionamentos que nos inserem no jogo das conveniências.

Angola sabiamente e com discernimento louvável, absteve-se nas ONU na condenação à Rússia, a orquestra sinfónica do maestro português Guterres, executou com distinção o hino do capitalismo para uma plateia encharcada de contradições e fraquezas, que escondem os objectivos da concertação anti-Putin.

A América invadiu, em nome da sua pertença segurança, o Panamá e derrubou um governo legítimo que lhe era adverso e tornou o país num paraíso do capitalismo selvagem e especulativo.

A Inglaterra percorreu muitos milhares de milhas para ocupar militarmente as Maldivas e instalar o seu poder colonizador. 

A NATO com a sua presunção de superioridade democrática, invadiu o Iraque e reduziu a escombros um país próspero, destruiu património cultural da Humanidade, e instalou o caos que persiste até hoje.

A reboque dos interesses americanos, o ocidente invadiu o Afeganistão alienando um Povo que por conveniência e desrespeito, até covardia, foi deixado ao abandono dramaticamente.

A NATO foi de forma covarde invadir a Líbia, derrubou Kadhafi, e deixou em cacos uma economia próspera, avançada, com o melhor serviço social e distribuição de riqueza do planeta. A títulos que a Líbia tinha em grandes empresas ocidentais foram engolidos, bens de milhões de dólares foram subvertidos por governos e bancos europeus, até americanos.

A França continua a colonizar vários países africanos, controla-lhes a economia, ocupa militarmente, e dá abrigo a ditadores facínoras que sonegam o bem estar das suas gentes, enquanto vivem como nababos em castelos franceses pagos a peso de ouro.

Angola não podia votar de outra maneira, conhece a voracidade das incursões sul-africanas com a cumplicidade dos alienados da UNITA, era a idiossincrasia do que é hoje a NATO, que ignorando Acordos e explorando uma Rússia enfraquecida pela queda da União Soviética, desrespeitou os compromissos assumidos por James Baker, Helmut Kohl e François Mitterrand, de não se expandir nem mais um palmo para os territórios do Pacto de Varsóvia. Hoje as tropas do imperialismo capitalista alastraram até às fronteiras russas, controlam o Mar Báltico, e com a perspectiva de adesão da Ucrânia, passariam a controlar o Mar Negro.

Vladimir Putin foi seduzido pelos europeus e foi suportando a humilhação, dependente do petróleo e gás russos, a Europa estrategicamente apostou no estreitar de relações, havia muito dinheiro para consumir as grandes marcas europeias, atraiu grandes capitalistas russos que investiram no mercado, e os EUA começaram a ficar entalados entre o desenvolvimento da Rússia e da China, e nada melhor do que uma guerra para tentar inverter a situação. Esta guerra é fruto da aflição capitalista que estava a ser desafiada pelo emergir dos milionários russos e chineses que eclipsava os especuladores tiranos da selva especulativa.

Em Angola esta estratégia do dinheiro sujo e especulativo encontra abrigo na UNITA/ACJ/FPU, lacaios da CIA, sem identidade política filosófica, actuam como força terrorista clandestina, em permanente desafio à Autoridade do Estado, às Instituições que garantem e regulam o Estado de Direito e Segurança e tranquilidade públicas, e semeiam o medo e o pânico, como caixa de ressonância do banditismo que financia o assalto ao Poder, que à semelhança da Ucrânia, insaciáveis, podem arrastar a população para o abismo e trevas, se não forem, com coragem, travados na agressão à Liberdade.