Não é novidade. A igreja desde que tomou o poder no tempo de Constantino, imperador romano, sempre ” surfou” a onda do poder e teve acção política. Quando a onda sobe, tenta subir com a onda. Quando a onda desce, mergulha e finge que não é nada com ela. Neste momento em Angola, os padres pensam que podem beneficiar com a ascensão de Unita- ACJ e embarcaram num ataque desbragado ao governo, utilizando a linguagem dupla do costume: os apelos ao diálogo são apelos à rendição de João Lourenço, as preocupações acerca das eleições são tentativas de manipulação eleitoral.
Na realidade, a Igreja está a contribuir com a sua intervenção para um clima incendiário. Estão a atear o fogo do inferno, fingindo que não. Suspeitaram fraqueza na abertura de João Lourenço e atacam. Já se viu a Igreja a colaborar com ditaduras de direita em Portugal e com ditaduras de esquerda na Nicarágua. Lembremo-nos da descompostura que o padre vermelho da Nicarágua levou do papa São João Paulo II na pista do aeroporto de Manágua e da desgraça que se abateu nesse país para se perceber o que cozinham para Angola.
Mas estão enganados. A onda de João Lourenço está a subir, o governo está forte e os resultados das suas medidas começam a surgir. No final, a Igreja que quer o inferno, vai esperar no purgatório.