Quando são demasiadas as coincidências deixam de o ser, sobretudo quando os acontecimentos convergem com o discurso, e a verborreia não esconde o entusiasmo galopante e incendiário, como são os ataques levianamente agressivos e provocadores de Adalberto Costa Júnior e o seu grupo de acólitos.
O jogo antecipado da estratégia assume contornos de terrorismo urbano, obedece a um planeamento minucioso, a provocação, a cedência à ira popular incentivada por agitadores contratados, são a gesta dos ímpetos ensaiados e aclamados em decibéis insultuosos e manipuladores, que têm como escudo uma vitimização insana e cobarde para enganar os tolos.
A escolha dos desacatos e a mobilização dos arruaceiros coincidem com a visita do Presidente de Cabo Verde a Angola, numa altura em que o Presidente João Lourenço expressa nacional e internacionalmente ganhos de prestígio e credibilidade que honram a Nação, mas que contrasta com o desejo de caos permanente tão badalado pelo líder da UNITA/FPU.
Sem identidade e sem parceiros que legitimem um Partido que corre freneticamente pelo Poder, há similitude de desejos apregoados entre relacionamentos bizarros e contranatura, cabe ao comum dos cidadãos indagar o que leva a esta comunhão agressiva contra o Estado e suas Instituições.
É capaz pública e inequivocamente ACJ negar o financiamento de Isabel dos Santos às actividades da UNITA, e de forma clara condenar a sua fuga à Justiça angolana e interpelá-la por enriquecimento ilícito?
Consegue a UNITA e os seus dirigentes repudiar as intervenções repetidas de Tchizé dos Santos, agressivas e atentatórias à dignidade da mais alta magistratura do Estado, a Presidência da República?
Concorda a UNITA com a inesperada adesão oportunista de Marcolino Moco aos discursos de desvalorização da Justiça, além da agressão veemente aos órgãos de soberania?
Consegue ACJ desvincular-se do terrorismo activista pelos quais já deu o rosto, e que surgem como baluartes da mensagem da desordem púbica e à desobediência civil?
É capaz ACJ de com o mesmo ímpeto de ruído acusatório e desafiador, vir a público solidarizar-se com o Governo no combate à Pandemia do Covid e, simultaneamente dirigir uma palavra de afecto aos enfermos?
Qual a posição da UNITA em relação aos ditos “marimbondos” que deixaram um país em estado coma com o saque geral que os enriqueceu a todos, contribuindo para as dificuldades inerentes à pobreza e penúria de tantos angolanos?
Em 1961, o 3 de Janeiro na Baixa de Cassange com os revoltosos do algodão, e o 4 de Fevereiro no assalto à Cadeia de São Paulo em Luanda, coincidente com uma estadia de uma comitiva das Nações Unidas em visita a Luanda e Angola, foi um rude golpe na política colonial ultramarina de Salazar, deu alento ao início da Luta Armada; milhares de angolanos sacrificaram as suas próprias vidas em prol da Liberdade.
Quem não quer ser lobo não veste a pele, os acontecimentos recentes de Luanda coincidem, no espaço e no tempo, com um olhar atento do mundo em Angola e nas suas potencialidades, e a desordem e o caos que em imagens correu o mundo são a materialização das sucessivas mensagens da UNITA, cabe a ACJ por inteiro a causa/efeito dos tristes acontecimentos. Ou a UNITA assume uma radicalização contra a instabilidade e aguarda as eleições, ou é conivente, ou até perdeu o controlo da vandalização que semeou na rua e que agora gera a ira popular.
ACJ é um agitador de massas, é cada vez mais um homem só, mas a UNITA/FPU são seus cúmplices. Não pode uma Nação inteira, o Estado e as suas Instituições, por laxismo ou inércia, ficarem vulneráveis à teia prisioneira da vontade de um tirano megalómano subversivo, urge agir para neutralizar o vírus, a condescendência democrática fragiliza as defesas, mas há excepções para debelar o mal antes que se generalize.