Insistentemente referenciado como modelo para Adalberto Costa Júnior, o Dubai invadiu o imaginário despido de ideias da nomenklatura da UNITA. Desta vez, com pompa, e siderada com viadutos sobrepostos num cruzamento na cidade do Dubai, Mihaela Webba embalada no seu narcisismo de sabedoria absoluta, alienada aos luxos que navegam nos seus sonhos, veio publicamente elogiar tais feitos do Emirado do Golfo Pérsico.
ACJ projectado na sua imagem na Internet, debita a par dos seus alienados activistas, um objectivo paralelo a Singapura, modas de mentes débeis, néscias, que de experiência da vida têm frequência de aulas em universidades com cursos inacabados, e repastos opíparos em restaurantes de luxo recostados e repimpados em poltronas observando obra alheia.
Na UNITA não há nem nunca houve geopolítica, a ausência de Estado a gestão era à vista e imediata, nada se construiu senão a extensão de cemitérios para esconder a morte, a escravidão também não é algo de estranho, nem sequer o Poder déspota de uma Monarquia Hereditária Totalitarista.
Além de dar guarida e refúgio a dinheiros e pessoas corruptas de todo mundo, o Dubai, onde estão sedeados os ladrões do Povo angolano, tem como sustentação do seu desenvolvimento a maior extensão de trabalho escravo de gente. Da Índia, Bangladesh, Paquistão, Afeganistão, Yemen, SriLanka, Etiópia, Filipinas, China ou Síria. Mal pagos e mal alojados, têm sido submetidos a formas de exploração comparáveis às vigentes durante a Revolução Industrial, sendo muitas vezes obrigados a trabalhar sob temperaturas que podem superar 50 °C. São frequentes os casos de suicídio entre os operários. Segundo Sharla Musabih, directora do abrigo Casa da Esperança, destinado a mulheres vítimas de violência, Dubai progrediu muito economicamente nos últimos 10 anos, mas as condições dos trabalhadores são semelhantes às do século XIX.
O Dubai não tem uma montanha, a altitude média é de 16m do nível do mar, não tem pontes, e todas as ruas e estradas não percorrem a distância de Luanda ao Huambo. Está situado numa zona privilegiada no fluxo do comércio internacional, com a abertura do Canal do Suez a navegação deixou de contornar África em direcção à Europa e Américas, e mesmo para o Pacífico têm o Canal do Panamá, cidade/país que se desenvolveu exponencialmente como consequência.
Singapura é uma das ditaduras mais musculadas, é um centro do capitalismo mundial e de todas variantes autoritárias dos donos do dinheiro, também lá estão alguns milhões sonegados ao desenvolvimento de Angola pelos novos parceiros de ACJ e da UNITA/FPU.
Angola jamais poderá querer ser como o Dubai ou Singapura, poderá e vai acontecer, numa ou duas gerações bem dirigidas, ser um centro que dispute com esses colossos na Região Austral, e é com esse receio que financiam interesseiramente mercenários treinados para bloquear avanços, para que, como muitos angolanos, continuem a levar divisas para eles a comprar, pasme-se, mobílias de madeiras oriundas de Angola.
Com todos os bloqueios que a UNITA/FPU tem orquestrado na ameaça permanente de instabilidade, Angola ainda é quem disputa a supremacia africana com a Nigéria e África do Sul, tem tudo, sobretudo a capacidade dos próprios cidadãos angolanos, para rapidamente colher frutos dessa importância, haja respeito, ética, valorização das instituições e dos órgãos de soberania, e imitar ao Parlamento as discussões e o debate político fora dos períodos eleitorais estabelecidos.
Chega de propaganda barata, do insulto gratuito, do incitamento à insurreição, de vinganças mesquinhas, da falta de humildade, a liberdade não pode, não deve dar vez à libertinagem. Angola não tem de copiar ninguém, tem assente no que já foi caminhar seguramente para o que quer ser, o bem estar não vem ter connosco, nós temos de ir ao encontro dele, isso exige esforço, criatividade, dedicação, obediência, cumprimento das regras, é e foi assim em todo mundo desenvolvido. Angola não se constrói nas redes sociais digitais, ela pula e avança nas fábricas, no campo, na terra e no mar, o inimigo não dorme, explora a fome, a doença, a ignorância, incentiva a desesperança, alimenta-se do pouco que nós temos, não dá nada a ninguém.