Une-os a idiossincrasia tirânica refinada, e se é verdade que o temor à Justiça e à Ordem Pública acautela os ímpetos da psicopatia enraizada na herança, aos mais atentos não passam despercebidos a colisão de quem veio da boçalidade feudal e a descendência que se libertou na urbe e respira liberdade assente em valores e princípios que a impotência dos psicopatas vociferam ao sentirem escaparem-se-lhe o poder das mãos.
Sentados à mesa da UNITA no espaço conquistado pela morte do ruído das armas, curvados à legitimidade oferecida pelo vencedor que os aniquilou, os traidores do Galo Negro, os traidores de Angola, e alguns desavindos cúmplices da traição, juntam-se para tentar cumprirem aquilo para o qual pensam predestinados, serem donos de Angola e determinar o seu destino.
Os ricos de Angola foram a amálgama da tirania de José Eduardo dos Santos, fez de todos eles e familiares milionários corruptos, e voltou à terra na expectativa de ganhar a aposta como elo maior do alimento do seu próprio monstro.
Na UNITA o todo-poderoso depositário de Jonas Savimbi, general Lukamba Gato, ignorando ser uma figura pública no mau sentido, arrogante e vingativo, marginalizou a esposa dando-a como alcoólatra, vê-se agora repudiado pelos filhos, uma delas refugiada em Portugal, destino que o pai tanto odeia. Acresce que como boia salvadora, teve de engolir a onda que arrastou o ACJ “português” para liderar com rosto descoberto o que na retaguarda ele e a sua entourage determinam.
Para completar o palco e alegria da plateia ensaiada, retornaram à escola Eugénio Manuvakola e Abel Chivukuvuku, e como porteiro à espera de vaga está João Baptista Tchindande.
O tempo está a encurtar caminhos, o desespero gera nervosismo, a cobrança aperta o cerco, a aflição cria o desnorte e o espelho, a cada manhã, retrata a insignificância e as marcas da solidão, no tabuleiro não há amigos e a família encurtou o horizonte dos afectos, restaram os olhares interesseiros de quem quer garantir o amanhã.
Mais do que os fundos desbaratados em contas privadas, mesmo com justificações jurídicas inflamadas como de Mihaela Webba, silenciam-se as escolhas inevitáveis, pais, filhos, enteados, afilhados e comadres, fazem coro de ameaças e o apoio do almoço já é adversário ao jantar, e ainda não chegou a vez dos patetas e idiotas úteis activistas, para esse, com certeza, nem haverá vez, é o preço da estupidez e da ignorância.
A indiferença e o silêncio de João Lourenço transcende o intelecto desta tribo nefelibata, amarrados pelas cordas da sua insignificância, esperam como hoje, na entrevista do Presidente da República, palavras que possam ser descontextualizadas para exaltação das dificuldades, mas o cansaço apodera-se na maioria silenciosa que estoicamente não cessa na luta contra a adversidade, na sua modéstia sabem que a UNITA nada tem para dar senão desgraça e vingança.
Há no Galo Negro aqueles que na sua pequenez se refugiaram em cargos militares, os generais Paulo Lukamba Gato, Kamalata Numa, o brigadeiro Adalberto da Costa Júnior, combatentes nos restaurantes de Paris e Lisboa, mas há também gente que se esforçou, formou-se, e porque não alinham em esquemas não têm vez, ocupam lugares no Parlamento pela sua capacidade e prestígio. Alcides Sakala e Pedro Katchiungo são rostos a par do malogrado Jaka Jamba, que credibilizam e legitimam, interna e externamente a UNITA, os outros vão disfarçando de fato e gravata das Galerias La Fayete de Paris, usam perfume Chanel, mas ecoa dentro deles um vazio que alimenta a sua raiva.
Acredito que o Presidente João Lourenço vá abordar a Pandemia e o Investimento como temas emergentes na conjuntura, não poderá omitir as eleições sob pena de ser crucificado por hediondas reacções, mas 2022 chegou e Angola e mundo estão na expectativa do que dirá.
RECADO A MIHAELA WEBBA
Entrei em debate com esta jurista Kwatcha nas redes sociais, e fiquei desiludido com a sua postura de senhora de todas as certezas. A legalidade pode ser ilícita, e a interpretação enviesada do fundamental da questão, pressupõe artifício para ocultar o crime.
O texto publicado na Tribuna de Angola, que levianamente atribui ao SINFO, questiona e indaga como primeiro transgressor o Banco BIC, e qualquer merceeiro sabe que um “descoberto” tem como garantia bens ou rotatividade habitual de capital que justifique uma falha justificada e escrutinada contabilisticamente.
Ora, além da forma bizarra como o banco libertou 500.000 Usd$ é estranha às normas de qualquer entidade bancária, e o estranho movimento do capital coloca exigência da tutela, neste caso o BNA, não só como combate a imparidades como ao branqueamento de capitais evidentes nesta transação.
Depois surge a UNITA e os seus protagonistas, os Partidos têm regras, o Tribunal Constitucional e o Tribunal de Contas zelam pelo cumprimento das mesmas, e o Galo Negro não tem de temer a fiscalização se tem a consciência tranquila.
O que não pode acontecer, e como já é habitual nem gera decepção, é a senhora jurista/deputada fugir ao debate com chavões vulgares quando perde a razão, e de seguida mandar bombardear com insultos mesquinhos os seus alienados com sentido único contra o visado. Essa covardia serve nos seus debates internos entre boçais que deixam impressionar com palavras sofisticadas, não tenho medo, conheço o que a casa gasta, e mesmo sobre a UNITA e a sua história aceito o debate consigo quando e onde quiser.
Para quem defende e patrocina uma FPU ilegal, talvez na sua mente este imbróglio seja algo de somenos.