João Lourenço, uma vez eleito Presidente da República priorizou a sua acção em corrigir o mal e melhorar o bom, mas o plano não vislumbrava a vastidão da desgraça camuflada. A conjuntura internacional realçou de imediato no dealbar do seu mandato, uma estrutura apodrecida e endémica que bloqueava o Estado e minava a Sociedade, consubstanciada em regalias e benesses inaceitáveis num Estado de Direito.
Naquilo que dele pessoalmente dependia, a ação Externa, a Segurança e a Autonomia Judiciária, conseguiu em pleno consulado resultados encorajadores do caminho traçado, sem beliscar a liberdade interna, suportando uma subversão activa sem precedentes, caluniosa e atentatória à sua dignidade, foi brindado com o reconhecimento internacional, sendo colocado no seio das lideranças credíveis internacionais, e colocando Angola em parceria com o mundo civilizado e desenvolvido ou em vias de desenvolvimento.
Bem assessorado e informado, ciente da coesão das Forças Armadas, entendeu, e bem, que só resolveria as assimetrias internas crónicas e violentas, com investimento que traduza criação de emprego e arrecadação de impostos capazes de suportar um verdadeiro Programa Social, englobando a saúde, a educação, a formação, e a pesada herança da deslocação demográfica.
Em véspera do seu segundo mandato, seria criminoso interromper o caminho, pese embora a mais valia de uma alternância democrática em democracia, mesmo assim o normal são ciclos de dois mandatos, João Lourenço debate-se incompreensivelmente com uma Oposição interna desarticulada da realidade, sem rumo, cujo rosto assustador é a indisfarçável conquista do Poder.
A associação objectiva e coincidente entre os herdeiros de José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi, criam em Angola uma sintomatologia única no mundo, através da sabotagem, clandestinidade e bloqueios, tentam bloquear a economia, lançar o medo e o pânico na sociedade, fazem ruído em busca da razão, exploram as mensagens desvirtuando os contextos, numa marcha ininterrupta subversiva merecedora de resposta adequada de quem de direito.
Mas a luta pela instabilidade governativa não se circunscreve à maledicência interna, uma teia poderosa age externamente com meios inimagináveis à disposição, são abutres que apostam tudo numa Angola explosiva, permanentemente insegura, dependente, para que possam usufruir dos seus estatutos privilegiados no mundo livre, mas cego por dinheiro alheio, daí notabilizarem-se no iluminismo capitalista onde até os cães têm mansões se forem herdeiros de fortunas com medo.
Uma jornalista francesa, filha de portugueses, Paula Gonçalves, tem um trabalho quase pronto para as Nações Unidas sobre Angola, onde aborda as capacidades inigualáveis para o potencial do Turismo como indústria de eleição no território, praias, montanhas, rios, diversidade cultural, gastronomia, fauna e flora, território virgem, mas tudo minado por uma elite jovem improdutiva e sem qualificação, valorizando mais os luxos do Dubai ou os restaurantes de Lisboa.
Dez jovens angolanos gerem fora de Angola um volume de riqueza superior a 5 biliões de Euros, o dobro do que tem Isabel dos Santos, e o pior é que são pseudo intelectuais e narcisistas que pensam ser o protótipo do angolano bem sucedido.
Mirco de Jesus Martins – Enteado de Manuel Vicente
Ivan Leite de Morais – Filho de Pedro de Morais ex-Ministro e ex governador do BNA
Edson N’Dalo Morais – Filho de Pedro Morais – ex-Ministro e BNA
Hélder Vieira Dias – Filho de Kopelipa
Joka Carneiro – Filho de Higino Carneiro
Edson Veloso – Filho de Orlando Veloso da Sonangol
Hélder Jardim Banza – Filho de Fátima Jardim
Carlos Braulio Feijó – Filho de Carlos Feijó
Elenga Mutingui – Herdeiro de Kundy Paiama
Herdeiros de Jonas Savimbi e Receptadores de JES na Rendição
Eugénio Manuvakola
Abel Chivukuvuku
Paulo Lukamba Gato
Jardo Muekália
João Baptista Tchindande
Estes são os obstáculos bem visíveis e identificados que ameaçam o caminho da democracia e da estabilidade, têm aliados pessoais e escravos dependentes, nada mais lhes importa do que o seu interesse pessoal, e têm como ambição o perene caos que tentam clandestinamente semear. Não lhes faltam meios para amplificar o calculismo silencioso que os alimenta, são demónios anunciando o Inferno, são abutres sorrindo com a morte.
Confesso-me radical, intransigente quando está em causa o interesse público e a defesa da estabilidade, não vejo a Democracia esgotada no Voto, a malfeitoria até pode regenerar-se, mas quando se torna crónica e incapaz de desligar-se da sua cegueira, urge reagir sem contemplações e decepar o mal pela raiz, nenhum país, nenhum governo, nenhuma sociedade resiste ao permanente desafio da espectativa do medo, atrofia e vive o desassossego do susto da sua própria sombra.
Impõem-se que se debatam diversidades, que se associem objetivos, que haja respeito pela Paz, ela fecunda e fertiliza a esperança que são o combustível que nos leva pessoal e coletivamente ao amanhã, e é no sol que reflete o brilho de todos que se constrói um futuro melhor.