Transportaram-se incompatibilidades, antagonismos, ódios até, de um tempo de conflito, que persistem no tempo validado pelo compromisso da acalmia, o caminho é longo e obriga a esforços de contenção, mas basta que venha à tona um protagonista irresponsável, para que encham páginas de maledicência, se criem zonas pantanosas, e se intoxique o vocabulário com agressividade.
A Democracia não se decreta, cultiva-se num caminho longe, é com ela que se conquista a dignidade colectiva e a honorabilidade pessoal, o voto sendo um instrumento poderoso de escolha, deve ser exercido valorizando-o com convicções sinceras, deve ser exercido assente na consciência mais profunda, é um património civilizacional, uma conquista que jamais devemos hipotecar.
A UNITA/FPU não tem sabido ocupar esse lugar de liberdade que a democracia lhe confere, ACJ transformou o país num amplo mercado de propaganda, onde até o voto se compra, semeando o medo, plantando a insinuação, acenando convulsão social, banalizando o insulto, denegrindo as instituições, num afrontamento permanente ao Presidente da República.
A UNITA não tem além da destruição generalizada, uma única obra edificada por onde passou e diz ter estado, da sua herança os angolanos receberam escombros, danos psicológicos causados pelas malfeitorias psicopáticas dos seus líderes, e como abutres, surgiram perante as dificuldades herdadas por João Lourenço, a explorar o descontentamento de uma crise económica e pandémica, que deveriam ser responsavelmente solidários.
É necessário e urgente desmontar esta caminhada insidiosa do Galo Negro, e cabe aos angolanos fazê-lo, a UNITA é hoje um cadáver internacional, e um exíguo residual africano, numa altura em que Angola soma conquistas no mundo, recupera economicamente, atrai investimento, e é parceiro fundamental em todas as estratégias de estabilidade na África Austral.
Vem aí a pausa de Natal, mais um ano se passou nas nossas vidas, vai chegar 2022 com o estandarte de um marco novo rumo ao futuro, há desafios internos e globais que urge dar resposta, a digitalização, a transição energética, o combate à pandemia, o controlo dos mares, a ameaça da jihad islâmica, a nova incursão de mercenários em África ao serviço de gangs internacionais, e internamente o esforço titânico de conversão da UNITA à democracia pluralista, com ética, moral, transparência respeito pela Coisa Pública, balizar a exigência do espaço público audiovisual, e que a UNITA e toda a Oposição tornem pública a visão que têm sobre os reais problemas do país.
Criticar não chega, haja soluções, propostas para que o Povo sobre elas se possa pronunciar. O que pensa a UNITA/FPU sobre a recuperação de ativos do Estado, sobre os bens de Isabel dos Santos, sobre as privatizações, qual o regime de solidariedade social, qual o sistema de previdência social, as alternativas concretas na saúde, na educação, com que meios, com que quadros?