Um jornal económico trazia recentemente uma primeira página bombástica sobre o estado da justiça, descrevendo este sector como em total descontrolo e dominado pela corrupção. Atribuía-se ao Presidente João Lourenço toda a responsabilidade pelo estado calamitoso da justiça.
Não se nega que a justiça necessita de uma profunda reforma e também que precisa de dinheiro. É preciso fazer algo.
Contudo, a capa do jornal não é uma coincidência. Surge dois ou três dias depois da condenação de Zenú, o filho de José Eduardo dos Santos. O que temos aqui são os corruptos a tentarem desvalorizar a justiça e desmoralizar os seus agentes.
A capa bombástica do jornal não é mais do que o resultado das campanhas dos santistas para denegrir os tribunais que os estão a julgar. É uma campanha e não jornalismo imparcial e isento.
Não caíamos nas armadilhas como parvos. Sim, exijamos a reforma da justiça, mas não deixemos que tal seja o mote para invalidar o funcionamento dos tribunais e os julgamentos de corrupção. São coisas diferentes.