A obra divina não se reflecte, muitas vezes, na sua Igreja. Em Angola, a Igreja Católica tem tido períodos humanos, demasiado humanos.
Na verdade, a Igreja começou por ser um instrumento poderoso do colonialismo, chegando os jesuítas a ter plantações com escravos. Na guerra de libertação, tirando poucas e honrosas excepções, que foram execradas pela hierarquia, a Igreja funcionou como braço da PIDE e da opressão colonial.
Depois da Independência, a Igreja acomodou-se a sobreviver e tratar da sua vida, com a experiência e oportunismo que todos lhe reconhecem.
Hoje a Igreja parece vislumbrar o seu sonho, de novo. Colocar alguém que domina no poder. A teocracia mais opressora, assente na Inquisição, é vislumbrada por esta Igreja que abre a boca, mas não ajuda os pobres. É uma Igreja que vive do Estado, que acumula riquezas e finge que está descontente, para colocar o seu homem preparado no Vaticano, no poder. Os labirintos da lavagem de dinheiro do Vaticano e das máfias de sotaina que trocam ósculos com as dos óculos escuros do Sul de Itália, estão a ver um novo mercado para os seus desatinos: Angola.
O que esta Igreja, longe de Deus, quer, como sempre quis desde o Imperador Constantino, é poder. Poder que vai trazer novas inquisições e lançar uma mancha de opróbrio sobre a nossa terra. Não nos iludamos com os cantos das sereias barrigudas de negro, defendamos o que é nosso.
A Igreja está a querer ser, novamente, um instrumento de poder.
Nós crentes, não deixaremos. Jesus Cristo afirmou sem rebuço «Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» (Mateus 22:21) e esclareceu: ““Meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas, agora, meu Reino não é daqui.” (João 18:36).