Processo de desminagem do país continua a avançar

ByTribuna

21 de Julho, 2021

Desde 2002 já foram desminados no país mais de um milhão de hectares, segundo informação veiculada pela ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves. Em termos substantivos, Isso corresponde a uma desminagem de 3.218 quilómetros de linhas de caminho-de-ferro, 109.847 de estradas e 350.804 quilómetros de linhas de transmissão de energia eléctrica de alta, média e baixa tensão.

Financeiramente, de acordo com o Instituto Nacional de Desminagem (INAD), pouco antes do início da pandemia, o processo de desminagem já tinha custado a Angola mais de 500 milhões de dólares.

O país tem aos poucos retomado a normalidade. Faustina Alves salientou que desde o início deste processo, mais de 5 milhões de angolanos internamente deslocados foram reassentados e 600 mil refugiados regressaram ao país.

Contudo, ainda há muito trabalho por fazer. Um dos aspectos mais significativos é a sensibilização da população para este flagelo, que infelizmente provocou até ao final deste primeiro semestre 12 acidentes – 32 vítimas, das quais 16 crianças e em que duas perderam a vida.

A sensibilização e educação sobre o risco das minas não deve ser apenas um papel exclusivo do Estado; os parceiros sociais e as próprias comunidades devem também ter como objectivo esclarecer as pessoas, principalmente as crianças sobre a perigosidade das minas, que como sabemos muitas das vezes apresentam para os olhos infantis um formato atraente.

Neste capítulo foram desenvolvidas campanhas de sensibilização sobre o risco de minas e outros engenhos não detonados, pelos técnicos das brigadas de desminagem do INAD, com a abordagem de temas sobre procedimentos a ter em caso de contacto com objectos estranhos e cuidados com a utilização de caminhos pouco utilizados. Estas campanhas abrangeram mais de 3 mil cidadãos, destacando-se o facto de 1409 terem sido crianças.

É de destacar igualmente, os objectivos traçados pelo executivo de proceder à limpeza de 1325 quilómetros nas áreas do projecto turístico transfronteiriço Okavango/Zambeze, bem como o início dos trabalhos de desminagem da estrada que liga os municípios de Cuito Canavale e Mavinga, na província do Cuando-Cubango.

Todo este longo processo de desminagem advém de um valoroso esforço, não só dos operadores do Estado, Forças Armadas e Instituto Nacional de Remoção de Obstáculos e Engenhos Explosivos, como também de Organizações Não Governamentais.

A ministra Faustina Alves lembrou que o Estado, juntamente com a Comissão Executiva de Desminagem “continua firme no cumprimento das suas obrigações em ver o país livre de minas, atribuindo recursos financeiros e apoio técnico para o cumprimento do estabelecido no artigo 5º da Convenção de Ottawa e declarar Angola sem minas até 2025.”