Angola apoia SADC no combate ao terrorismo

ByTribuna

2 de Julho, 2021

Angola está empenhada em ajudar o seu país irmão Moçambique no combate ao terrorismo. Actualmente, a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), será a organização central do combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, região do nordeste de Moçambique, rica em petróleo, gás, madeira e rubis.

O Secretário de Estado do Interior, José Bamoquina Zau, afirmou que Angola vai juntar-se aos esforços da SADC no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, através do envio de meios  no âmbito da Força de Alerta da organização, como ficou estipulado na Cimeira Extraordinária da Organização regional que ocorreu em Maputo. O Secretário, chefe da delegação angolana que preparou a cimeira, salientou que este assunto ainda vai requerer um certo trabalho a nível técnico, devido a questões de planeamento e logística.

De qualquer forma, em termos genéricos, ficou acordado que Moçambique irá receber forças especiais dos países da SADC, e eventualmente aceitará mais forças vindas da designada Brigada de Reserva da Comunidade, para combater as forças terroristas islâmicas que se encontram em território moçambicano.

Deve-se contudo sublinhar que a situação, apesar de ter melhorado um pouco nas últimas semanas, continua grave. A vila de Palma, que foi cenário dos principais derramamentos de sangue de vítimas inocentes, embora esteja controlada pelas forças governamentais moçambicanas, está cercada por forças terroristas ligadas ao DAESH. No máximo, até ao fim de Agosto, estas forças especiais já estarão em Moçambique.

Os principais países a contribuírem para este apoio militar da SADC serão provenientes da África do Sul, Botswana, Malawi e Angola. Procurou-se também ligar esta missão da SADC com a União Africana (UA), porque Moçambique visa ter também apoio de assessoria militar por parte do Ruanda (país que não pertencente à SADC, mas que faz parte da UA). Este apoio militar ruandês irá convergir com o apoio já existente proveniente dos Estados Unidos da América e Portugal.

Relevância também para a inauguração na cidade de Nacala (Moçambique) do Centro de operações Humanitárias e de Emergência da SADC (COHE). Segundo o chefe de Estado moçambicano Filipe Nyusi e também presidente em exercício da SADC, “a iniciativa visa fazer face aos impactos decorrentes das mudanças climáticas e outras emergências associadas que requerem uma intervenção rápida, coordenada e atempada em qualquer Estado-membro da SADC”.

Presentemente, o conflito armado em Cabo Delgado já desencadeou mais de 732.00 refugiados internos e cerca de 2.800 mortos, segundo dados concedidos pela Organização das Nações Unidas. A escalada de violência levou inclusive a petrolífera TotalEnergies a suspender os trabalhos de preparação para a exploração de gás natural na região, recurso que o país depende grandemente para aumentar as suas receitas e relançar a economia.

Para todos os efeitos, Moçambique entra numa nova fase em que o fundamental agora é o seu desenvolvimento social e humanitário.