O nome Eva Marise Cruzeiro Alexandre, naturalmente não diz nada à grande maioria dos angolanos, mas se enunciamos o epíteto Eva Rap Diva, provavelmente arrancamos um sorriso ou uma cara de orgulho e aprovação da juventude, principalmente dos homens, pois o mundo do rap ainda é esmagadoramente masculino, mas também das mulheres, pois ela representa hoje em dia, uma das principais vozes defensoras de causas sociais, com especial ênfase para os direitos das mulheres.
Eva nasceu em Portugal, e foi na designada margem sul que começou a ouvir rap com apenas 8 anos. Aos 12, foi ganhando coragem e começou a soltar as primeiras rimas de improviso, juntamente com alguns amigos desenvolvendo o seu estilo freestyle, sempre tão presente nas suas actuações.
As suas raízes musicais têm muito do hip pop e rap português como Boss Ac, Da Weasel, ou Black Company, mas esta menina “guerreira”, agora já com 32 anos, sempre teve como seus principais atributos a espontaneidade e saber dizer no momento o que lhe vai na alma.
A sua mudança para Angola em 2009, primeiro para a cidade do Lobito e dois anos mais tarde para Luanda, abriu-lhe novos horizontes, alavancou a sua carreira de rapper, agora com um lastro mais profissional, tendo alcançado sucessos assinaláveis, culminando em 2014 com o lançamento do seu primeiro álbum “A Rainha do Ginga Pop” e com a eleição de melhor rapper angolana pelos Hip Pop Awards.
Para além de ter lançado um outro álbum em 2018 com o nome de “Eva” em homenagem à sua avó, Eva ganhou notoriedade como activista de causas sociais, não só através das suas músicas, como também no engajamento que foi desempenhando como apresentadora de rádio e participando em vários eventos de cariz social.
Neste mês de novembro, é capa de estreia da revista angolana Sonhos, uma nova publicação trimestral, que tem como objetivo dar destaque a conteúdos diversos.
Atualmente, com a pandemia ainda a ser uma realidade triste que afeta também o mundo artístico, é sempre de louvar termos boas notícias desta artista que luta por uma Angola mais justa e igualitária, apesar de, lamentavelmente como ela salientou há uns anos, ainda ser a única artista feminina que consegue viver do Rap.
“Angola é a casa pela qual tenho de lutar, Portugal é a casa onde tenho paz” -Eva Rap Diva
https://www.youtube.com/watch?v=yTwNQ141LBQ
Eva Rapdiva – Sobremesa ft Bruna Tatiana / Prod Detergente