O Mundo sem Ideologias

ByKuma

7 de Dezembro, 2025

O espectro gerador de equilíbrios que emerge da Nova Ordem Mundial, exige pragmatismo, experiência, contactos mais frequentes, ao ponto de as visitas de recepções de Estado estarem a ser banalizadas, não obstante a facilidade de videoconferências e outros meios hoje disponíveis.
Temos quatro potências, USA, China, Rússia e Índia, depois temos em escala a União Europeia, o Médio Oriente dividido com lideranças dos Sunitas da Arábia Saudita e os Xiitas do Irão, vindo à tona um Poder do capital como o Qatar e político, económico e militar de Israel.   
Sobra o Poder emergente da África Austral e do Sael, rica mas vulnerável, fragmentada porque em muitos casos está prisioneira de dirigentes caducos, outros dependentes, e outros ainda continuadores e extensão dos poderes coloniais. Pior é como o caso de Angola, em que o Estado mudou de rumo, quer defender-se das amarras viciadas e contagiantes de uma corrupção endémica avassaladora, e tem na oposição uma bolha alienada aos compromissos do passado, à especulação saudosista, colonial, capitalista, escravista e religiosa, que teima em emperrar a sã convivência democrática e o desenvolvimento económico e social.
João Lourenço, encetou a mudança em 2017, teve a visão estratégica das mudanças mais visíveis após o COVID, e tudo tem feito para colocar Angola na Linha da Frente, e está a conseguir feitos inéditos, mas falta cumprir a Ordem democrática interna por falta de interlocutores.
Hoje temos a dominar o mundo a diplomacia dos interesses, Trump deixou cair a Ucrânia, Putin deixou cair a Síria e está a deixar cair a Venezuela, e a China vê a porta abrir-se de Taiwan. Tivemos esta semana a Índia, corajosa, na cara de Putin a dizer não, que defende o respeito da Lei e Ordem internacionais e que recusa ser mero assistente.
Neste cenário aqui exposto de forma simplista, Angola já tem o seu espaço, aquilo que parece fácil para a oposição cega e obcecada pelo Poder, exige sacrifício abnegação e visão estratégica, sem carnavais nem operetas nem frases de efeito e slogans gastos que teimam em alimentar a discórdia e plantar a anarquia.
Por muito que a UNITA e o seu líder bacharel tirano psicopata, mais que intrujão, ACJ “Betinho”, queira encenar democracia e até ontem mesmo Mihaela Webba ter vindo a pública justificar que é de Malange e Simão Dembo do Uíge, e que o primeiro ministro sombra é de Cabinda, no essencial sobre o racismo Umbundo, o separatismo de Cabinda, a amnistia para Isabel dos Santos, a dependência dos luso-saudosistas, e a existência de uma lista de condenáveis onde pontificam como imperdoáveis, João Lourenço, Fernando Miala, e o juramento de vingança de morte de Lukamba “Miau” Gato a Fernando da Piedade Dias “Nandô” dos Santos (como mandatário da sua perseguição e ordem de morte em 1992 quando era ministro do interior), nada disto é negado pública e claramente.
A UNITA festeja, brinda, qualquer golpe de Estado em África, já foi próxima da China de Mao, da África do Sul do Apartheid, da CIA de Reagan, e agora está seduzida por Putin, e para esconder a sua farsa nacionalista assume-se em panafricanismo. Está comprovado que é necessário livre e democraticamente higienizar a UNITA, tem de se estancar o efeito contágio, o PRA-JA já segue as pisadas, são oligarquias déspotas familiares que até se cruzam entre si,   e estão claramente a dividir eleitorado, com especial preponderância dos Umbundos que foram trazidos, irresponsavelmente, para ocupar a periferia de Luanda. 
Não quero com isto excluir a necessidade de limpar o MPLA, continua a ser quem mais quadros qualificados tem nas suas fileiras, mas é necessário rejuvenescer, é necessário adaptar mentalidades, largar o passado e olhar o futuro, os desafios exigem perícia para manter o estágio de descolagem pilotado por João Lourenço, creio que o MPLA tem mais e melhores condições de vencer 2027, com mais larga margem que em 2022. Ainda assim faltam 2 anos, a velocidade do mundo exige, agora, mudanças e respostas que só podem ser dadas com uma Revisão Constitucional, a Refundação do Estado não pode esperar mais, o Povo pode e deve ser chamado a participar num Pacto nacional, o Senhor Presidente da República está legitimado a fazê-lo, o ritmo do desenvolvimento não pode parar por falta de respostas do Estado, ou por questiúnculas internas insanáveis, seria matar a réstia de esperança de uma cidadania que pode aclamar o despertar de uma Nova República.