Era previsível, a farsa está gasta, admira-me a quem ainda conseguem iludir,Angola não se compadece com simulações que podem legitimar uma mentira, alguém do MPLA nunca devia estar lá, ainda, sem que houvesse mais do que retórica na abertura ao diálogo e em que condições, por parte um líder de continuidade que apenas vê o Poder no seu horizonte.
A farsa foi à medida do bacharel tirano psicopata, mais que intrujão, ACJ “Betinho” e seu sequazes, o que diriam estes franco atiradores se João Lourenço vencesse um Congresso com 91% dos votos? Ditador, controlador, falta de democracia, e por aí fora. Mas na UNITA, mesmo aqui antes de tudo anunciada a farsa, vai trajada de democracia promovendo golpes para idiota ver, já se anuncia Liberty Chiyaca para secretário geral, e o próprio Rafael Massanga Savimbi, num assumo de hipocrita generosidade, irá ficar em lugar que lhe garanta privilégios no Galo Negro.
Lukamba “Miau” Gato, agora Lukamba Paulo, com receio do “Miau”, e porque o Gato representa sangue, castigo e muitas lágrimas, tem a sua propriedade assegurada, com o líder subserviente no trono, com reis e sobas domados, como aqui previ, a opereta terminou com o ajoelhar quase humilhante de um herdeiro de Savimbi quase a pedir perdão pelos 9% que, ainda assim, tirou do líder a quem nunca disfarçou obediência.
Não será uma data, um congresso, dos quais emergem as mesmas pessoas, que vai mudar o que a UNITA é desde 1975, e até mesmo os ódios internos vão persistir, antes e durante a campanha, e até ontem na apoteose carnavalesca, Isaías Samakuva, que liderou pacificamente o Partido cerca de 15 anos, foi completamente ostracizado, por doi motivos factuais, foi durante a sua vigência permanentemente obstaculizado por Lukamba “Miau” Gato, e tem o pecado original de ser amigo de João Manuel Gonçalves Lourenço.
Até 2027 há muito por fazer institucionalmente para Refundar o Estado, promover uma Revisão Constitucional, e o País necessita de um Pacto de Regime para dar respostas a desafios que urge resolver em prol dos cidadãos e do desenvolvimento, o tempo do petróleo já passou, no mundo moderno o grande trunfo sãoas pessoas, é necessário contextualizá-las num crescimento harmonioso descentralizado, não acredito que em consciência não haja para isso uma Maioria Parlamentar qualificada, mas seria drástico que a UNITA ficasse pelo caminho.
Nesta vertente não tivemos uma palavra estrutural do líder, nem em campanha nem na sua posse, talvez não as tenha, assim o Senhor Presidente da República, na qualidade de presidente do MPLA, tem de ter como imperativo nacional inadiável, a implantação de uma Nova República.