Estranha Dialética

ByKuma

30 de Novembro, 2025

Termina hoje o XIV Congresso da UNITA, está assegurada a continuidade, continuam os mesmos instalados, entroniza-se a família déspota familiar,e espremido, sobra uma estranha dialética que acena fantasmas do passado para mobilizar os congressistas, sobretudo das províncias.
Que necessidade houve do bacharel tirano psicopata, cada vez mais intrujão, ACJ “Betinho”, vir agora falar de vencedores e vencidos na guerra fratricida que opôs angolanos, que todos sabemos e a história vai contar para que se ensine, como acabou. A quem interessa a dúvida sobre o desfecho do conflito? 
Em democracia há liberdade para o debate, há direito à diferença, Rafael Massanga Massimbi, a meu ver, evidenciou uma frouxidão só disfarçada pela adesão oportuna dos descontentes jovens contra a tirania, de resto, houve momentos confrangedores de uma servidão atroz, chegou a pedir que não se atacasse o líder, isto não é civilidade nem urbanidade, é o retrato triste de uma realidade que já não engana, e tem caminho assegurado.
Aliás, numa roda de amigos à volta de uma Funjada com Gindungo para soltar a língua, falamos do quadro que se desenha doravante até 2027, e concluímos que João Lourenço, tem de ser determinado até lá, dando um novo rosto ao MPLA. O caminho vai ser sinuoso, os interesses dominam as narrativas, mas há sempre a realidade que se sobrepõe aos desafios que emergem em defesa de vícios antigos. Haja coragem para trazer à tona, sem subterfúgios, aquelas verdade que doem mas que determinam o presente para assegurar o futuro.
Não terá vergonha Higino Carneiro, tido como um dos grandes corruptos e saqueadores do Erário Público, em querer candidatar-se a tudo? Não saberá ele que é tido aos olhos dos cidadãos angolanos, das instituições em Portugal e França, como um político sem caráter, nem ética nem moral, a par de Fernando Vicente, Isabel dos Santos, Fernando da Piedade Dias “Nandô” dos Santos, Helder Vieira “Kopelipa” Dias, Álvaro Sobrinho, tidos como causadores das dificuldades de uma Nação inteira?
Hoje confirmar-se-á o que há muito aqui denunciamos, além da continuidade do alienado subserviente a Lukamba “Miau” Gato, teremos a ascensão da filha de Eugénio Manuvakola, Navita Ngolo/Ekuva Estrela, e para que haja equilíbrio familiar, teremos em destaque, Adriano Sapiñala, Nelito Ekuikui, Liberty Chiyaca, Mihaela Webba, confirmando que tudo continua igual.
Mas há também algo enigmático no desfecho deste XIV Congresso, a postura passiva de Isaías Samakuva, o silêncio de Alcides Sakala, sabe-se que o primeiro tem uma relação de amizade com o Senhor Presidente da República, e o segundo tem tido uma postura intelectual acima do espectro partidário. Talvez seja merecedor de uma análise nos próximos dias, a política em Angola está a atingir um estágio de bloqueio de um diálogo necessário e urgente, creio que há cada vez menos alternativas a uma Nova República.