Creio que o Senhor Presidente da República nada tem a ver nem ser responsabilizado por falhas dos quadros intermédios, abaixo dos cargos de Estado, assim como falhanços evidentes no funcionamento das embaixadas, não pode ser responsabilizado o Ministro das Relações Exteriores, há o embaixador e conselheiros para responder aos interesses do País.
É escandaloso o que se está a passar em Portugal, num momento de excelência nas relações bilaterais, há uma agressividade instalada contra Angola e o seu Governo, porque mesmo em democracia a liberdade de expressão exige contraditório, e Portugal, por inércia dos nossos representantes, por laxismo das autoridades reguladoras portuguesas, é hoje um espaço impune de maledicência comprometedora, mas também impulsionadora de incompatibilidades irritantes.
É necessário distinguir o que é notícia do que, diariamente, ocupa um espaço publicitário pago e, logicamente, ao serviço de quem paga, e a publicidade é clara, inclinada, tendenciosa, com a agravante de estar mascarada de informação, como é o caso evidente das últimas semanas no Grupo Observador, e na TVI/CNN Portugal, e a LUSA.
Diz a voz do Povo, publicamente, que deve-se a fundos generosos de Isabel dos Santos, Manuel Vicente, Álvaro Sobrinho, assim como a vertente brasileira da Igreja Universal do Reino de Deus. Se uns foram alguns dos saqueadores que desgraçou Angola, a IURD foi durante anos a maior exportadora de capitais de Angola para o estrangeiro, legal e ilegalmente.
O mais grave é que levam à sociedade portuguesa um rol de mentiras e insinuações bem moldadas pelas agências de comunicação, as mesmas que colocaram Isabel dos Santos e Álvaro Sobrinho nos píncaros do êxtase capitalista, viu-se na prestação do bacharel tirano psicopata intrujão Adalberto Costa Júnior, de vomitou um somatório insultuoso da cidadania angolana, e um culto à sua personalidade numa fase em que na própria militância da sua UNITA, há sinais inequívocos de rejeição, que perante o medo instalado e o fundamentalismo de uma oligarquia déspota, tem gerado múltiplas dissidências como as de Abel Chivukuvuku, Jardo Muekalia, Bela Malaquias, e outros mais.
Angola vive uma realidade depois de recomposta a herança desventurosa, é exigível para quem quer emitir opinião, visitar, verificar “in loco”, ver com olhos de ver, com isenção, o crescimento de infraestruturas, a formação de quadros, o desenvolvimento no turismo, agricultura, medicina, independentemente dos bloqueios contínuos de uma oposição retrógrada que vive aprisionada a um passado partilhado de uma moeda em que, MPLA e UNITA eram as duas faces de uma tragédia estancada em 2017 por João Lourenço.
Há hoje uma consciencialização da necessidade de um Novo Estado, refundado em pilares de transparência, ética, moral, respeito, meritocracia, com laços indissociáveis à democracia e liberdade, por isto alastra a ansiedade pela madrugada de uma Nova República.