Alguém que sonha alto na política, que ambiciona ocupar um lugar de Estado, não pode ceder às emoções, nem pode trair-se intelectualmente para cuspir no prato  que acabou de comer.

Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, membro do Conselho da República, que deveria ter recato sobre o conteúdo para merecer a confiança de seus pares, logo com desdém veio a público tentar tirar partido da sua participação no referido órgão colegial dirigido pelo Senhor Presidente da República, violando a ética e moral, ao explorar as posições dos participantes.

A sua postura e as suas narrativas criam um odioso isolamento de desconfiança, tornando um elemento impossível de dialogar em busca de consensos de interesse nacional.

A privacidade coloquial é um dever de integridade, é uma segurança indispensável no relacionamento responsável, é uma canalhice transpor para o público os conteúdos em benefício próprio. Talvez até cumprindo um preceito constitucional, não se discuta tudo, sabendo-se o que a casa gasta.

Também Mihaela Webba, na forma escrita, veio declarar que só a ideologia da UNITA pode salvar Angola? Mas qual ideologia? A do Poder? A das amnistias? A do separatismo? A das arruaças? Num País que necessita de investimento estrangeiro, de parcerias bilaterais e multilaterais estratégicas, de mercados para escoamento de futura produtividade, é a UNITA clandestina, isolacionista, relacionada com o lixo que está a tentar degradar o mundo, é essa a ideologia do Galo Negro?

Muangai está tão ultrapassado como está Konakri, a luta de libertação acabou, a economia de guerra terminou, a Paz e Reconciliação inacabada só se materializou com a morte do ideólogo de Muangai. 

Ao fim de 50 anos é tarde, mas vale mais tarde que nunca, sem sofismas nem dogmas, encarando a realidade de frente, está na hora da ruptura total e com uma Nova República encontrar o caminho e o espaço para as diferenças realmente ideológicas, onde em sã consciência e liberdade, os cidadãos possam escolher o caminho.