“[N]enhum país no mundo conseguiria dar resposta uma explosão demográfica como a nossa, acrescida de uma concentração à volta da capital, é um ganho para o futuro, mas é um desafio gigantesco no presente.”

Assim termina o mais recente artigo do nosso chefe de redacção Kuma. Com esta frase coloca o dedo na ferida num dos maiores problemas angolanos: o excesso de população em Luanda, sublimado pela explosão demográfica em curso. Luanda, como está, é praticamente ingerível.

Luanda, como capital de Angola, enfrenta enormes desafios devido ao crescimento populacional desordenado, congestionamento urbano, desigualdades regionais e vulnerabilidades ambientais. Esses fatocres levantam a questão de se seria benéfico para o país construir uma nova capital do zero, buscando maior equilíbrio e desenvolvimento nacional.

Uma nova capital angolana planeada poderia oferecer várias vantagens. Primeiro, permitiria uma distribuição mais equitativa da população e dos recursos, descentralizando o poder e estimulando o crescimento económico em regiões menos desenvolvidas. Além disso, uma nova capital construída com infraestrutura moderna poderia resolver problemas como congestionamento e poluição, proporcionando melhor qualidade de vida aos seus habitantes.

Outro benefício seria a possibilidade de planeamento urbano sustentável, levando em consideração aspectos ambientais e promovendo uma cidade mais resiliente às mudanças climáticas. Além disso, um projecto desse tipo poderia simbolizar um novo capítulo na história nacional, reforçando a identidade e unidade do país.

No entanto, o custo e a complexidade de construir uma nova capital do zero são desafios significativos. Tal projecto exigiria investimentos maciços e um planeamento cuidadoso para evitar problemas como os enfrentados por outras capitais criadas artificialmente.

O debate sobre a mudança da capital envolve muitos aspectos, mas pode começar agora. Aí está mais um legado que o Presidente da República pode deixar.