A plataforma de streaming musical Spotify tem sido alvo de novas críticas após a revelação de uma prática controversa: a criação de “artistas fantasma”. Uma investigação aprofundada revelou que a empresa estaria a produzir músicas sob pseudónimos e adicionando-as às suas próprias playlists, evitavam o pagamento de royalties aos artistas reais.
A prática, conhecida internamente como “Perfect Fit Content” (PFC), foi denunciada pela primeira vez em 2017, mas voltou à tona recentemente com novas evidências. A intenção por trás dessa estratégia é clara: maximizar os lucros da plataforma, diminuindo os custos com direitos autorais.
A revelação causou grande indignação entre os músicos e a indústria musical em geral. Afinal, o Spotify posiciona-se como um aliado dos artistas, oferecendo uma plataforma para que possam divulgar o seu trabalho e gerar receita. No entanto, a prática dos “artistas fantasma” demonstra uma faceta bem diferente da empresa, que parece mais interessada nos seus próprios lucros do que em valorizar o trabalho dos músicos.
A luta por royalties justos
A disputa por royalties mais justos é um tema recorrente na indústria da música. Os artistas independentes, em particular, enfrentam grandes dificuldades para sobreviver financeiramente, uma vez que a maior parte da receita gerada pelas plataformas de streaming é concentrada num pequeno grupo de artistas de grande sucesso.
A prática dos “artistas fantasma” agrava ainda mais essa desigualdade, pois permite que o Spotify obtenha lucros com músicas que não foram devidamente remuneradas. Além disso, a proliferação de conteúdo gerado por inteligência artificial, levanta novas preocupações sobre o futuro da indústria musical e o papel dos artistas nesse ecossistema.
É fundamental que as autoridades reguladoras e os órgãos de defesa do consumidor investiguem a fundo essas práticas e adotem medidas para proteger os direitos dos músicos. A transparência e a equidade devem ser os pilares de qualquer plataforma de streaming musical, e o Spotify precisa prestar contas por suas ações e garantir que os artistas sejam devidamente remunerados pelo seu trabalho.