É inacreditável a agressão contínua à cidadania conquistada, está a banalizar-se o insulto, a intriga, a agressão, confundindo instituições com pessoas, num vale tudo que só poderá levar-nos para extremismos de consequências imprevisíveis.
Estão a quebrar-se todas as fronteiras da tolerância, estão a atingir-se pontos sem retorno, e já não é política, são sentimentos exacerbados subversivos e insultuosos que emergem de uma servidão transversal a uma Oposição, que em democracia também tem responsabilidades no Estado Democrático de Direito.
Está por preencher o espaço das sensibilidades políticas, há um falhanço no conceito de Sociedade Civil, há portanto uma lacuna que inibe a criação de um espaço para um Pacto de Regime, sem o qual é impossível alterar o Sistema, que nesta fase a democracia carece, e sobrecarrega todo o peso de uma mudança, inadiável, para o Senhor Presidente da República.
Há fundamentalismos assentes num negacionismo cego e crónico, há uma reivindicação de razões que a razão desconhece, temos um País que sangra de golpes traiçoeiros, temos uma Nação adiada pelo cansaço da luta com quem dela quer apenas satisfazer interesses pessoais.
Há uma data fulcral para Angola consagrar as mudanças que corporizam uma Nova República, 2027 não pode depender de amarras do passado, tem de ser o culminar de uma consolidação dos instrumentos resilientes aos desafios do futuro, não podemos queimar sinergias com banalidades, nem dar tiros em tudo que mexe, a diversidade é bem vinda se assente na Ética, transparência, e Respeito pela Coisa Pública.
A Academia, a classe empresarial, as representações sectoriais, tudo quando sejam representações naturais da Sociedade Civil, não podem deixar aprisionar-se por avençados especuladores que se intitulam representantes de tudo, a separação que se impõe urge implementar para valorizarmo-nos juntos dos pares internacionalmente, temos de resgatar a legitimidade, valorizá-la, porque só assim teremos um contra-poder que integre os alicerces da Democracia.
Há hoje uma crise política em todo mundo, a democracia está a ser desafiada por extremismos nas franjas de conflitos anárquicos, a estabilidade é hoje um património criador de oportunidades, João Lourenço tem alcançado para Angola um espaço atrativo que se repercute no investimento estrangeiro constante, mas, infelizmente, há quem se sinta incomodado porque teimam estacionar-se num saudosismo que nos bloqueou durante 50 anos, e não podemos permanecer num tempo de acusações, sem assumir a responsabilidade coletiva do passado, não construiremos o futuro, e a tão propagada Reconciliação Nacional, funciona em todos os sentidos, não se pode em seu nome pensar que se pode subverter as regras, nem permanecer fora das exigências das leis.
É hora de mudança, é tempo de responsabilidades, sempre, sempre no respeito intransigente pelas instituições. A liberdade de expressão não pode ser confundida com libertinagem anárquica.