A UNITA é o agrupamento de todos os seus membros, sabemos ao longo do percurso o que aconteceu aos que tiveram coragem de discordar, mas há sinais na linguagem transversais a todas as gerações, e isso, quer queiramos ou não, cola-se-nos na postura perante os desafios e contrariedades.
Mesmo depois da misericordiosa recuperação depois da humilhante derrota, mesmo com o surgimento da democracia, que evoluiu até estarmos num Estado Democrático de Direito, mundialmente reconhecido, a inadaptação evidencia-se nas palavras e nos actos, o Galo Nergro não tem adversários, só tem inimigos, e a alternância do Poder consagrada em eleições livres e democráticas, é confundida com troca de Poder, inexistente em qualquer democracia no mundo.
A UNITA vive numa bolha isolada num aglomerado de coincidências oportunistas, são todos engenheiros, doutores e generais, do bacharel ACJ que é engenheiro Adalberto Costa Júnior, que faz dele uma mentira sem moral para repor a verdade a outros, como ontem mesmo veio a público um escrito do engenheiro Ernesto Mulato, que tenho dúvidas que tenha capacidade para fazer um exame duma boa quarta classe.
Salvo raras excepções, publicamente reconhecidas, como por exemplo Alcides Sakala, ou a humildade de Isaías Samakuva, como também a capacidade de Mihaela Webba, há um retrato da UNITA, de uma família grande de avós, pais, filhos, netos, afilhados, e financiadores, todos partilhando uma doentia ansiedade pelo Poder.
Angola está numa fase de consolidação de factores que a fazem trilhar o caminho de um futuro risonho, esta conquista que está a tornar-se visível a partir do segundo mandato de João Lourenço, mas falta ao País uma Oposição construtiva, que possa constituir-se alternativa, com causas, com um programa, com uma identidade, e não alimentar a sua existência na crítica permanente, quase sempre cega e insultuosa.
África já não permite aventureirismos nem dependência subservientes, há parlamentos, há várias formas de fazer oposição, não se pode brindar a um golpe no Burkina Faso, não se pode colar a um Mondlane, isto é um regresso ao passado sobre escombros.
O silêncio do Senhor Presidente da República, que tanto tem conseguido, é também tempo e espaço para que a Oposição se regenere e se higienize, mas há coisas imperdoáveis no respeito pelos cidadãos em democracia, as caras que hoje mandam na UNITA, são um somatório de derrotados, com um passado que ainda está viva na memória de milhões de angolanos, seria tempo para dar vez a gente nova que suscite entusiasmo aos cidadãos do nosso País.