A voz popular dizia: quando a América espirra, a Europa constipa-se. Ontem a América mudou e a Europa acordou hoje como órfã perdida e exposta aos ventos incógnitos do mundo.
Mas a ligação para lá da institucional é muito profunda, a Europa é pai intelectual da América, a América é a mãe empresarial da Europa. Têm os dois adversários comuns, a China e a Rússia, tudo se perspectivando que ainda no séc. XXI emergirá a Índia, abrindo uma mão cheia de oportunidades a África.
Tudo leva a crer que vamos ter mais um tempo que o mundo vai correr atrás do petróleo, e também nos minerais que Angola tem e por onde podem passar os da RDC e da Zâmbia. Donald Trump já saiu do Tratado de Paris “clima”, e já acionou as refinarias e liberou a indústria automóvel a voltar à combustão. Estamos perante uma crise mundial de energia, a Inteligência Artificial é imparável e o crescimento traduz-se num consumo de energia impensável há uma década.
João Lourenço vai na frente como voz de parceria de confiança na Região onde o mundo vai disputar matérias primas, e onde o mundo empresarial que vai deixar a China em busca de mão de obra mais barata.
Diz-me uma voz da União Europeia que a diplomacia internacional está a perder toda a confiança em Paulo Kagame e no Ruanda, ele quer seguramente manter o circuito clandestino do contrabando da RDC.
O Senhor Presidente da República é hoje o elo mais forte, mas isso vai trazer problemas a Angola, a vulnerabilidade da UNITA, a sua ancestral dependência, pode encontrar no Ruanda apoios que causem instabilidade, sobretudo no Corredor do Lobito, cujo funcionamento nada interessa ao Ruanda.
Vou aqui deixar uma opinião que me ferra na memória, no Lobito, a SOREFAME já construiu “wagons” para comboios de Angola, CFB/CFA/CFM/CFAb, e até para exportação, sem muito esforço, mas com vontade e determinação, poder-se-á voltar a produzir. Isto iria fazer emergir dezenas de empresas ligadas à produção. Ainda hoje há carruagens de passageiros de 1ª classe em Portugal, fabricadas no Lobito.
Este tempo impõe às Nações em desenvolvimento, coesão, estabilidade, segurança, exige aos cidadãos esforço, dedicação, e até devoção, na conquista de uma cidadania mais forte.