Num ano em que a UNITA se guerreia ferozmente internamente, há sinais de uma realidade que mesmo complexa, deve prevenir os aventureiros que até aqui divertem-se a brincar como fogo. Adalberto Costa Júnior é o retrato angolano de Venâncio Mondlane, são dois psicopatas que alugam o espaço,lançam os foguetes, fazem a festa, e cansados voltam resignados a casa marcados pela derrota numa guerra que eles mesmo inventaram, mas que irresponsavelmente causaram distúrbios, prejuízos materiais irrecuperáveis, e mortes para lamento de um País que vai pagar uma fatura elevada.
Governar um país não é tagarelar num palanque, não é contestar,é necessário metamorfosear contrariedades em oportunidades e realizar uma obra coletiva que a cada 5 anos os cidadãos legitimem nas suas escolhas, livre e secretamente.

Antes dessa caminhada obrigatória, é necessário legitimar o Partido cumprindo regras, é este momento que o País espera que a UNITA cumpra com transparência, não importa se escolhas internas recaiam num punhado de eternos derrotados, a exigência pública traduz-se no cumprimento da Democracia, respeitar as instituições, levar o debate para os locais próprios, e respeito pelos órgãos democraticamente eleitos.

Infelizmente o leque que se assanha na perspetiva da disputa interna, não augura esperança na estabilidade democrática, beligerantes e arruaceiros desfraldam estandartes, resta Isaías Samakuva e as suas escolhas, haveria aí uma nova UNITA, sem o triste espectáculo da geminação com Abel Chivukuvuku, ainda clandestino no PRA-JA Servir Angola, abraçados na também clandestina FPU, apadrinhados pelos meninos endinheirados da Iniciativa Liberal e a maçonaria de João Soares e Ana Gomes, cristalizados no colonialismo.

Para o álbum das fotografias na galerias do Galo Negro, fica para a memória a foto de Nélito Ékuikui com Venâncio Mondlane no aeroporto de Dar-es-Salam, é pena o retrato não mostrar tudo, embora saibamos que a escola é a mesma. 

Espero que a democracia inspire uma mudança positiva na UNITA, soltar-se do Parque Jurássico, trazer gente nova capaz de ver o País tal qual ele é, e acompanhar na construção do futuro, tudo na vida atinge a caducidade, até a própria vida.

Hoje vou socorrer-me de um escritor e poeta que mais admiro na língua portuguesa, para que nos inspire no positivismo.

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
Machado de Assis.