A Bruxa disse que ia acontecer, aconteceu, mas nada do que ela queria. A Bruxa queria tiros, sangue, queria ser conselheira do jovem aventureiro Venâncio Mondlane na presidência de Moçambique. Não perderia o meu tempo nesta narrativa se esta megera fantasma não tivesse vindo aos ecrãs das televisões invocar similitude das arruaças moçambicanas com as miragens que pululam na sua mente, com uma Angola que não conhece.
Para quem vomita perenemente democracia, o que pressupõe transparência, Ana Gomes, a Bruxa sabichona, deveria tornar público quem com ela comunga essa visão e quem paga a propagação dessa persistente mensagem de um paternalismo colonizador.
Qualquer cidadão, em qualquer parte do mundo, minimamente instruído e livre de facciosismos, constata facilmente que Angola nada tem a ver com Moçambique senão uma partilha linguística e afetos de um sofrimento partilhado, mas institucionalmente distante na estrutura de Estado e autoridade territorial.
Angola tem umas Forças Armadas capazes de não permitir veleidades alheias em qualquer parte do seu território. Tem um dos melhores Serviços de Inteligência do mundo, capazes de dar um suporte invejável de estabilidade e previsibilidade governativa. Tem um Presidente da República legitimado por Sufrágio Universal livre e democrático, reconhecido em todo mundo.
Angola, seguramente, não está vulnerável a aventureirismos, tem hoje um leque de Investimento Estrangeiro significativo, com perspetivas de crescimento livre, sem ideologias, com parceiros que lideram o mundo, onde consta a própria União Europeia, onde Ana Gomes é um valor residual sem credibilidade.
Meus caros leitores, o tempo já me pintou a cabeça de branco, também vivi a utopia, acreditei em Marx e Engels, mas a Liberdade, Fraternidade e Democracia, é uma construção da vida inteira, exige esforço, sacrifício, e até devoção, o bem coletivo é uma obra inacabada porque os desafios desabrocham, daí não perder tempo com regressos ao passado.
O gesto presidencial de indultar cidadãos privados de liberdade, não é apenas um acto isolado, ele traz-nos uma mensagem muito especial, e a data é significativa, 1 de Janeiro, o começo do ano do cinquentenário da nossa Independência. É uma mensagem de abertura, de generosidade, de apelo ao bom comportamento, ao respeito pelas instituições, é um alerta de fraternidade, e é bom que todos consigamos entender.