Os corruptos que saquearam Angola continuam a enriquecer a esposas portuguesas e a entregar a Portugal um património colossal tirado da boca dos cidadãos, é isso que está a acontecer com Álvaro Sobrinho, que viveu e transferiu cerca de 400 milhões de euros para bancos lusitanos, comprou uma série de imóveis de luxo e tem residência numa mansão que parece um palácio das arábias, que, como português clandestino durante 40 anos, vai ver o seu património arrestado, porque vai ser dado como contumaz, sendo estrangeiro vai ter como medida de coação a prisão preventiva, e como é habitual vai ter um punhado de advogados pagos a peso de ouro.
Esta engrenagem que até parece incompetência, é uma estratégia de Portugal adoptada com os corruptos angolanos, tudo facilitado enquanto vem dinheiro, assim que o fluxo de capital para, como aconteceu desde que João Lourenço assumiu a Presidência da República, tudo se desmorona e é lançada a teia para que directa ou indirectamente desapareça a grande parte do fruto do roubo, como já aconteceu com outros no passado.
O falecido general João de Matos, dizem especialistas no assunto, deve ter rendido em Portugal ao Estado e privados, cerca de 200 milhões de euros. O ex-ministro Paulo Jorge ficou com a sua fortuna esquecida e evaporou-se. A fortuna colossal de Mobutu Sesse Seko, ex-Presidente da RDC, perdeu tudo que tinha em Portugal, até o seu avião privado ficou em Lisboa.
Manuel Vicente já tem hoje quase todo o património em nome da esposa e enteado, ambos portugueses.
Mesmo que Angola para onde foi residir Álvaro Sobrinho queira tentar recuperar o património roubado, pouco irá sobrar para ser confiscado, o património em Angola é infinitamente menor.
É hora de bilateralmente e no seio da CPLP ou dos PALOP’s, se agilizem processos pela via política que tenham em conta o património da corrupção que os Estados possam recuperar, este caso da falsificação ou da aquisição de passaportes portugueses, pode beneficiar Portugal uma vez que Álvaro Sobrinho vai ser dado como foragido e a justiça vai ter em mãos um processo inacabado,seguindo o princípio que Angola não extradita cidadãos nacionais.
No entanto é uma falha das instituições portuguesas que permitiram uma figura pública, dono de 25% do Sporting Clube de Portugal, sócio maioritário de uma empresa com 250 funcionários ligada a papel e grafismos, e frequentador assíduo dos melhores restaurantes portugueses, pudesse ter renovado 5 vezes o passaporte português a um clandestino. É mesmo caso para perguntar como foi possível? Corrupção? Incompetência? Cumplicidades? Que justificação Portugal vai dar a Angola?
Já aqui dei a informação, e sei que somos lidos na Presidência da República portuguesa, que o cidadão Adalberto da Costa Júnior, muito depois de ter renunciado à nacionalidade portuguesa, usou numa viagem a França e Bélgica um passaporte português. Não será o mesmo sistema e os mesmos critérios usados com determinadas pessoas?
Álvaro Sobrinho foi sempre protegido por Ricardo Salgado do BES, e Adalberto Costa Júnior é um protegido por João Soares e outros saudosistas do colonialismo.
Creio que são muitas implicações que ainda vão surgir, poderemos até ter bodes expiatórios, mas para além de uma profunda reflexão, temos um assunto grave que deve merecer seriedade nos capítulos que se seguirão