Os desafios que se colocam a Angola visando o seu futuro, não é o entretenimento da Oposição desafiando João Lourenço, é uma concertação do Regime para que o Sistema possa desenvolver-se com massa crítica séria e respeitada, capaz de projectar o País a curto, médio e longo prazos.
Na esperança de uma mudança moderna, civilizada, livre e democrática, impõe-se quanto antes a regeneração partidária, injectar sangue novo, filtrar e promover a meritocracia, e exigir responsabilidade e probidade pela Coisa Pública.
João Lourenço habituou-nos a fazer as coisas discretamente, mas tem nele convicções e determinação, e os sinais dizem-nos que haverá uma renovação no MPLA, partido histórico que dava cada vez mais sinais de caducidade. Não vai ser tarefa fácil, os abutres sanguessugas estão de sentinela e a cegueira endinheirada não os deixa ver que os tempos mudaram. João Lourenço irá emprestar ao MPLA o seu silêncio sedutor que cativou o mundo, e que vai despertar na juventude o perfume de um tempo novo.
Pior, muito pior, está a Oposição tão necessária à democracia, mas mais do que regenerar-se, infelizmente está em escombros das suas aventuras que o tempo venceu. A UNITA está em cacos, digladiam-se internamente, comportam-se como náufragos em busca de salvação, e nessa aflição assistimos a cenas ridículas, tristemente hilariantes, mas, mais grave, de uma irresponsabilidade e inadaptação à mais singela postura de urbanidade e civilidade democrática.
Definitivamente o Galo Negro não se adaptou às regras da democracia, em momento algum patenteou noção de Estado, o leque de dirigentes que rodam nas estruturas não preenchem os lugares de ministros num governo normal, são os mesmos há 40 anos, e a doutrina tem sido sistematicamente destrutiva, vingativa, e ruralmente primitiva.
Todavia, à semelhança do MPLA, a UNITA tem estatutariamente um Congresso electivo para 2025, e a par da secundarização na FPU face à criação do PRA-JA Servir Angola, a fragmentação na capoeira do Galo Negro já se agita, confirmada que está a rejeição do bacharel tirano mentiroso psicopata ACJ “Betinho”, perfilam-se já candidatos, a maioria confirmando a continuidade da UNITA moribunda.
Mas pode emergir com força de mudança e democratização, dando uma Oposição decente em Angola, uma candidatura do mais renomado democrata e intelectual da UNITA, Alcides Sakala Simões, arrastando consigo Isaías Samakuva, os filhos de Jonas Savimbi, e os apoios da diáspora, será a única via de salvação e integração da UNITA numa Angola virada para o futuro.
O PRA-JA Servir Angola é um projecto empresa pessoal de Abel Epalanga Chivukuvuku, sobreviverá para alimentar o ego de um vaidoso megalómano, mas aposta que não irá para lá de um valor residual na democracia angolana.