Não me parece que as autarquias venham resolver os problemas essenciais do povo. Trata-se de mais um barulho duma oposição em busca de cargos e benefícios para os seus partidários. Não está comprovado na literatura que as autarquias tragam crescimento económico automaticamente, e está que podem ser novas fontes de corrupção e dissensão interna.
Mas, também não me parece que exista algum ganho em adiar indefinidamente a sua instituição.
Contudo, acredito que a questão das autarquias deve ser enquadrada numa reforma mais profunda do Estado e das estruturas constitucionais. Isto é, as autarquias não devem surgir num acto isolado, mas dentro dum amplo movimento da modificação do Estado, rumo a um Estado racional, progressista e organizado. A Nova República.
Dito de outro modo, as autarquias devem fazer parte do projecto da Nova República, uma República organizada de forma científica, baseada em números e factos, com técnicos e peritos escolhidos por mérito a dirigir a máquina do Estado, e não um sistema corrupto, clientelar, baseado em redes familiares que promovem a incompetência. Só neste âmbito têm sentido as autarquias. Caso contrário, serão uma perda de dinheiro e tempo, e uma oportunidade perdida.
Sejamos claros. Só devem existir autarquias no âmbito da Nova República.