Expectativas e Cansaço

ByKuma

11 de Janeiro, 2024

Vivemos uma lógica de esgotamento, há mofo, bolor, atenuados pela governação que mudou, positivamente, mas falta corporizar uma dinâmica apelativa que traga à tona a crença, e porque não, o sonho. Quando o homem sonha, o mundo pula e avança, como bola colorida nas mãos de uma criança.

Ontem mesmo o meu colega Anselmo Agostinho, trouxe-nos uma ideia de educação e formação, exigente na valorização da construção do homem, na valorização da cidadania, e capaz de garantir o futuro de cada um e de todos nós.

Como aqui tenho proclamado, não temos de copiar ninguém, mas temos de captar ensinamentos e virtudes, e dissipar falhanços alheios, e sobre os nossos próprios erros construir algo de novo, próspero, inovador, cativante, sedutor.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão e depois a Coreia do Sul, a própria Europa Ocidental, experimentou um desenvolvimento nunca visto, assente num ensino básico obrigatório, evoluiu para a obrigatoriedade no secundário, e deixaram a excepcionalidade para o universitário. Mas o sucesso revelou-se nos cursos intermédios técnico profissionais, Institutos Politécnicos que formam lideranças intermédias nos mais diversos campos das exigências da sociedade.

Após a independência, a Índia de Mahatma Gandhi e Nehru, decidiram criar uma universidade com níveis de exigência do mais alto grau mundial, criou quadros de excelência que estão hoje emigrados em todas as grandes empresas do mundo, mas falhou no ensino básico e foi uma nulidade no ensino profissional.

Vivemos o tempo do conhecimento, Angola necessita inventariar os recursos humanos que dispõe, uma mudança eficaz exige tempo, creio que interiorizado que está a necessidade de uma Nova República, é hora de avançar, saber onde estamos, o que temos e para onde podemos ir, não embarcar em megalomanias que conduzam a um regresso ao passado.

Entendo que hora de de aproximação, realizar Convenções Provinciais de cidadania, promover uma verdadeira Sociedade Civil, ouvir, transmitir, partilhar, e daqui a um ano congregar tudo numa grande Convenção Nacional em Luanda, a caminho de uma Nova Constituição, referenda-la e carregarmos connosco o perfume de um tempo novo.

Precisaremos nós, nos tempos modernos, de 230 deputados?

Quando é que o Parlamento sai à rua, reúne nas províncias as Comissões sectoriais junto dos eleitores?

Os deputados eleitos pelas províncias, necessitam viver em Luanda, no conforto e mordomias da capital, longe dos eleitores?

O Plenário precisa reunir tantas vezes para produzir o que produz? Quantos deputados já visitaram as Lundas, o Moxico, o Cuando Cubango?

Pela Nova República…!!!