A Arma do Silêncio

ByKuma

8 de Janeiro, 2024

Também erro, também me engano, mas sei penitenciar-me, e hoje estou aqui para declarar que algumas vezes interpretei mal o silêncio ou indiferença do Senhor Presidente da República, mas hoje curvo-me perante a sua eficácia.

Derrotou a Oposição ignorando-a, deixou-os gastarem o ruído, permitiu-lhes sonhar, mediu o tempo certo da queda, agora, depois de férias retemperadoras, vem a mudança de um tempo novo sem pressão, algo vai mudar porque é preciso, começa a ser consensual, mas é a forma inovadora de participação de Angola no Mundo que exige, é o desenvolvimento notório que obriga, são os cidadãos que precisam de respostas, é o crescimento e maturidade do Estado a marcar presença no quotidiano do cidadão.

Pelo caminho ficam os que nunca optaram por Angola, fora da mudança estão os que de Angola sempre lhe seguram o que podiam.

A UNITA fez o caminho da guerra da paz, do saque e das mordomias, traiu deuses e diabos, a promiscuidade foi tanta, a bandidagem banalizou-se, a clandestinidade enraizou-se, e mentira e a intriga entranhou no “modus vivendi” e “modus operandi”, que os engoliu a eles mesmos.

Depois da queda do bacharel tirano psicopata ACJ “Bétinho”, veio à tona a movimentação da disputa da liderança, mas a militância, fruto dos novos tempos, está a fazer exigências que originam as mais descabeladas mentiras que revelam o estado de um Partido político que se julgava impossível em tempos de um Estado Democrático de Direito.

À parte das contas, com fundos que se dissiparam sem rasto, os Estatutos estão pervertidos ou ignorados, às acusações seguem-se ameaças, e o medo obriga a vir a público distrair a plebe, agora com o caso das viaturas luxuosas de alta gama distribuídas pela Assembleia Nacional. Dizem que são viaturas de trabalho, mas há quem tenha na garagem tantos quantos os mandatos de cumpriu, outros há que já venderam excedentes. Há quem noutras funções tenha feito o mesmo, João Baptista Tchindande, ex-governador do Cuando Cubango, teve sempre ao seu dispor até hoje, muitas viaturas do Governo Provincial, e vendeu algumas, muitos anos depois, a particulares e empresas, de Lexus e Land Cruiser a camiões Volvo, e chegou a conselheiro de José Eduardo dos Santos.

Creio pela experiência histórica de outras paragens, pela força e postura silenciosa que transporta o progresso no cansaço de todos os dias, que João Lourenço pode escrever a história da mudança em páginas de veludo, temo que fique tarde e que possam exalar das mesmas sofrimento e dor.

Pela Nova República…!!!