No crepúsculo do caminho longe, vergado ao cansaço, sinto na brisa a fragrância de um tempo novo, perfumado de esperança, abraçada no acreditar nos novos amanhãs que cantam.
Há feridas abertas, pior que as mentiras ditas são as verdades silenciadas, a intriga, a insinuação, a inveja, o ódio, são condicionantes da confiança, do diálogo, imprescindíveis ao desenvolvimento.
A insustentabilidade exige começos que tardam, o progresso precisa de rasgar caminhos que exigem o esforço de todos, querer impossíveis deixam-nos com as mãos cheias de nada.
Tocam trombetas do Cinquentenário da Independência, estamos numa encruzilhada, um Sistema apático, desequilibrado, transformo-nos numa Nação megalómana, com imaginários atormentando o que funciona, com miragens que descontroladas podem causar uma desintegração territorial.
Refiro-me ao Poder Local que numa estimativa minimalista, necessita de 80.000 quadros qualificados, com formação específica, com a descentralização de competências e alocação de verbas, isto só para os municípios. E as municipalizações da justiça, educação, saúde, ordenamento do território?
Cada coisa a seu tempo, tudo deve ter um começo, e Angola necessita de uma Refundação, sem ela viveremos permanentemente em conflito, continuaremos a valorizar o que nos divide, e a omitir o que nos une.
Desejo a todos umas Boas Festas, excelentes entradas, e que o Novo Ano seja o dealbar de uma Nova República…!!!