Procuram-se soluções em todo mundo, dogmas moribundos, utopias cristalizadas, confrontam-se no modernismo o pragmatismo e a anarquia. A história repete-se, voltamos ao séc. XIX onde se confrontaram o anarquismo de Pierre Joseph Proudhon, Político, filósofo, anarquista e socialista francês (1809-1865), e o espectro comunista de Friedrich Engels, Filósofo político alemão e socialista revolucionário (1820-1895) e de Karl Marx, filósofo alemão (1818-1883), que cozinharam os extremismos assassinos do Fascismos, Nazismo, Estalinismo, Maoismo, e a barbárie de Pol Pot.
Temos hoje em Angola, fruto do ventre de uma elite corrupta e déspota, transversal à sociedade, dentro e fora do espectro partidário, que na movimentação dos seus interesses pessoais contribuem para a implantação de uma anarquia, que paralisam a governação, a economia, e o valores e princípios da Democracia.
Angola ainda vive reminiscências do colonialismo, são feridas com 500 anos, a cicatrização é dificultada pelos mercenários agarrados ao passado, conquistamos uma identidade, mas não definimos um rumo.
Não há nada para inventar, em 2017 a herança foi monstruosa, havia um colete de forças a estrangular o país, dívida externa e interna, obras inacabadas, construções sem requisitos de exigência, hábitos de ricos, um sonho que alienou a saciedade e silenciou a política, ainda assim, João Lourenço aceitou o desafio, e se olharmos para trás, atentamente damos conta do caminho percorrido.
O mundo, no espaço e no tempo, sempre desafiou o homem e o seu futuro, desde a Grécia de Platão a Roma dos Césares e Neros, o homem encontrou o mundo e já foi à lua.
Para quem nunca foi arrancado do chão que um dia o viu nascer, pode até ter a presunção que vive no centro do mundo, mas onde quer que estejamos, no espaço e no tempo, somos o ínfimo de planeta, de um universo, que só se vislumbra com humildade, e o passado, para quem quiser viver o presente e projetar o futuro, está com a paisagem tomada de ícones das nossas sementes, das nossas plantas, neles revemos de onde viemos, neles reside a luz que nos indica o caminho do amanhã.
Há um passado recente que nos liga ao presente, que nos faz meditar o futuro e envolve-nos numa preocupação imensa, em tempos idos não muito distantes, vislumbramos incertezas e contradições, que nos trás ao hoje, sem que haja inocentes ou culpados, sendo nós mesmos vítimas de ser ativo ou passivo perante Sistemas que se multiplicaram e substituem-se, sempre assentes no egoísmo intrinsecamente ligado ao homem.
Sócrates (469 a.c.- 399 a.c.) Atenas, disse no julgamento contra as acusações de Ameleto (Só sei que nada sei), e tomando cicuta, cumpriu a sentença de suicídio. Platão (427 a.c. – 347 a.c.), Atenas, em Lísis narra a imortalidade da alma, exalta a amizade o amor, e em Fédon, nos diálogos com o seu mestre, que (trocava tudo que sei por metade do que não sei), a evolução traz-nos aos dias de hoje que há gente iluminada que sabe tudo.
Nestes percursores da filosofia encontramos a humildade dos grandes, a cultura da sabedoria, e a mensagem é interpretada consoante o interesse e até, pela ignorância que se generalizou nos mandantes contemporâneos, mas, em paragens mais sérias, estas expressões são tidas como ensino e reflexão de uma mensagem para as nossas vidas, quer em casa, quer entre multidões.
Só sei que nada sei por inteiro.
Só sei que nada sei por completo.
Só sei que nada sei que só eu saiba.
Só sei que nada sei que outra pessoa não saiba. Só sei que nada sei algo que no futuro não venha a saber.
Neste caminho da vida que passa pelo tempo, mesmo longo, temos de encontrar em cada sol ou luar, que nos acompanham todos os dias, motivação para que a idade não nos envelheça, temos de estar atentos, acompanhar e pensar sempre na mudança, não deixar-nos acompanhar por modas ou doutrinas que nos aprisionam ao modernismo implementado com esse fim.
Já na nossa Era, tivemos um Monge e filósofo britânico, Beda (673-735), que em oratória na sua terra natal, Reino da Nortúmbria, separou no pensamento os caminhos que nos conduzem ao fracasso, ou ao sucesso.
O fracasso assenta no seguinte:
1º – Não ensinarmos o que sabemos.
2º – Não praticarmos o que ensinamos.
3º – Não perguntarmos o que ignoramos.
O sucesso:
1º – Com generosidade mental, ensinarmos o que sabemos.
2º – Com coerência ética praticar o que ensinamos.
3º – Com humildade intelectual perguntarmos o que não sabemos.
São estas as três trilhas virtuosas para o sucesso, exigem coragem para que aproveitemos a sorte, induz-nos a não envelhecer a cabeça, a prática, a percepção, ou seja, generosidade mental, coerência ética e humildade intelectual.
Motiva-me esta escrita, na solidão deste cantinho que me abriga, indignação, inconformismo, o levantar o rabo do sofá cómodo diante da televisão, o não aceitar tanta promiscuidade a todas as horas.
Falta-nos o impulso individual e coletivo de dizer basta no tempo e local próprios, falta-nos erguermo-nos dos escombros, reconstruir e não viver na ilusão que nos levará do sonho ao pesadelo.
Digo com toda força um não à mentira, movo-me para dignificar a cidadania, penso no que já fomos para interiorizar o que podemos ser, não permito que me anestesiem para que decidirem por mim, deixo a tribo congestionar-se com futebol, na intriga, na inveja, penso na minha e nossa saúde, não permitirei que destruam a educação da família que me resta, não permitirei que vivam abutres em palácios à nossa custa, abandono a lógica de quem já tem tudo, aciono a dinâmica de querer mais ainda, a tudo que tenha direito e pelo que labuto.
Deve-se ao filósofo Calvinista, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), os ideais proclamados por René Louis de Girardin, Marquês de Vauvray, em 1791, após a Revolução Francesa de 1789, “LIBERTÉ-ÉGALITÉ-FRATERNITÉ”, Liberdade, Igualdade, Fraternidade.
É notório, declaradamente notório, que os abutres esfomeados queiram podridão, ridicularizam a Justiça, banalizam o Parlamento, parecem canibais atrás de Fernando Miala, porque já têm confrontos no palácio, entre o português Carlos Feijó e o angolano Isaac dos Anjos.
Além do pragmatismo do Senhor Presidente da República, há dois pilares reconhecidos nacional e internacionalmente, de garantia de estabilidade e guardiões da estabilidade, as Forças Armadas e o SINSE, que são dois pilares que conferem ao Estado, a Democracia e o Direito.
Uma Nova República não tem nomes, tem instituições, a Constituição tem de servir o País, no quadro da escola só podemos aprender o novo apagando o velho, basta ter o professor para definir o rumo.
Pela Nova República…!!!