Vivemos em Angola um momento crítico no tocante à ética e moral, o vocabulário descarrilou, o respeito dissipou-se, prevalecendo a intriga e a insinuação. É na dialética que nasce a anarquia, é a anarquia o que torna insuportável a convivência social, e entramos na linha ténue que, se correr o bicho pega, se parar o bicho come.
Em 1964 o Brasil viveu algo semelhante, a verborreia entre intelectuais e políticos, levou a uma ditadura com apoio popular, levando a um Regime de excepção durante 20 anos, com a institucionalização por Decreto do AI5, que cassava direitos de cidadania a prevaricadores. Foi assim desde o governo Castelo Branco a Ernesto Geisel, só desanuviando com Figueiredo, cassando proeminentes figuras como Jânio Quadros, João Goulart e Leonel Brizola, exilando-se em Paris homens como Fernando Henriques Cardoso, Jorge Amado e Caetano Veloso.
É impossível suportar as agressões verbais que se repetem diariamente, perdeu-se o senso de responsabilidade, e temos cada vez mais o Parlamento dissociado da sociedade e alheio ao desenvolvimento do país.
Ontem mesmo, algo muito importante que até já parece banal, a exploração logística envolvida no Porto do Lobito, por 20 anos, com receitas avultadas e investimentos em infraestruturas para o Estado, com empregos garantidos e formação qualificativa, e nem sequer teve um deputado a acompanhar o acto de concretização. Poderia ter servido para promoção pessoal do Senhor Presidente da República, mas nem sequer o ministro da tutela esteve presente, delegou no Secretário de Estado. Isto chama-se normalização.
Enquanto isso batem asas os galos negros do SOVISMO, descrentes Rafael Savimbi já está com residência no Porto, e o braço direito do bacharel tirano psicopata ACJ “Bétinho”, o popular Migalhas, também já está a residir em Portugal. Outros procuram habitação para se fixarem no estrangeiro.
Sem argumentos a Oposição baixou o ruído, mas accionou a sabotagem, da energia aos transportes há um boicote ao funcionamento, é a lei da selva assente em conluios ocasionais. Impávida e irritantemente passiva e cúmplice continua a PGR com a inoperacionalidade do Ministério Público, ainda ninguém percebeu o medo que a justiça tem da UNITA, quando há actores que até poderiam ser colocados sob alçada do Tribunal Internacional de Haia, por crimes contra a Humanidade, como é o caso de Lukamba “Miau” Gato e Samuel “Feiticeiro” Chiwale.
Necessitamos rapidamente de um Regime de Excepção, há medo, desespero, anarquia, subversão, são pragas sociais contagiosas, quanto mais tarde a mudança, mais difícil a concretização.
Pela Nova República…!!!