Um exercício sobre o aeroporto

ByTribuna

4 de Novembro, 2023

Os críticos correm a manchar a inauguração do novo aeroporto de Luanda. O resumo das críticas é o seguinte: é demasiado grande; não vai funcionar já com todas as valências; foi muito caro.

É fácil responder.

1-Planeamento a longo prazo: Um aeroporto é planeado para um prazo longo, mais de 25 anos, portanto, não pode ser pensado com o movimento que existe hoje, mas com aquele que se espera daqui a 10 ou 15 anos. Caso contrário, cair-se-ia no erro português que há 40 anos tem um aeroporto que não corresponde às necessidades e não tem dinheiro para construir um novo, criando um obstáculo ao desenvolvimento económico. É óbvio que o planeamento duma obra desta envergadura não pode ser pensado a curto prazo. Portanto, esta crítica é disparatada. Este aeroporto é uma aposta no futuro.

2-Soft opening: Modernamente, este tipo de infra-estruturas abre segundo as recomendações do soft-opening. O soft-opening é uma estratégia usada no mundo dos negócios para descrever uma situação em que uma estrutura é lançada para um público limitado antes de sua abertura total e plena. Isso é feito para colectar dados, receber feedback dos clientes, testar funcionalidades e identificar e corrigir quaisquer problemas operacionais. É uma prática comum em negócios físicos. O principal objetivo de uma inauguração suave é garantir que tudo corra bem antes do funcionamento total. É o que se está a fazer e é assim que deve ser.

3-Custos: O problema dos custos totais do aeroporto deve ser imputado ao general Kopelipa responsável pela gestão dos fundos da China até 2017. Reportamo-nos a uma informação de Agosto de 2017 que dizia o seguinte: “A factura do novo aeroporto de Luanda já ultrapassa os 6,4 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) e não pára de aumentar. O seu custo já supera os 6 400 milhões de dólares (5 400 milhões de euros), financiados sobretudo por fundos chineses e com as obras a serem realizadas por empresas daquele país. Só a edificação propriamente dita do aeroporto, em curso desde 2004, a cargo da empresa China International Fund Limited (CIF), tem um custo fixado em 3 800 milhões de dólares (3 220 milhões de euros).”

É preciso dizer mais alguma coisa?